SÃO PAULO (Reuters) - A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse nesta quinta-feira que o Conselho Monetário Nacional (CMN) não avalia uma alteração na meta de inflação do país e também não está olhando para 2024, mas sim para o ano de 2025 em diante.
Durante participação online em evento do Eurasia Group, Tebet disse que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad "deu o norte" para a meta de inflação em entrevista à GloboNews na véspera, ao mesmo tempo em que evitou dar detalhes sobre as decisões que podem ser tomadas pelo CMN em reunião marcada para esta quinta.
O CMN é composto, além de Haddad e Tebet, pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
"Não se fala agora em alteração da meta de inflação", disse a ministra durante o evento. Sem entrar em detalhes, ela assegurou que o CMN não está mirando no ano que vem, mas sim em 2025 para frente.
Em entrevista que foi ao ar na noite de quarta na GloboNews, Haddad confirmou que o centro da meta de inflação para 2024 será mantido em 3%, mas sinalizou a intenção de alterar o horizonte para se atingir o objetivo.
Ao ser questionada sobre a política monetária do Banco Central, Tebet afirmou que o cenário econômico e de inflação vividos pelo país neste ano são diferentes do que foi registrado no passado e disse que, diante disso, "já podemos falar de queda de juros".
Indagada sobre a proposta de reforma tributária, que atualmente tramita na Câmara dos Deputados e que é uma das principais prioridades do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva -- Tebet referiu-se a ela como "bala de prata" -- a ministra previu que a matéria seja aprovada na Câmara no mais tardar até o início de agosto, mas disse que no Senado será preciso "mais cautela".
Tebet ponderou que o Senado é "a Casa da Federação" e onde as matérias são mais refletidas. Ainda assim, expressou otimismo que as mudanças no sistema tributária recebam o aval dos senadores e previu que isso pode ocorrer até novembro.
A titular do Planejamento avaliou ainda que, se a proposta de reforma tributária não é a ideal, "ela é muito boa", e fez ainda a análise de que ela deve contribuir para um aumento da competitividade e impulsionar o crescimento econômico do país.
(Por Eduardo Simões)