O ex-presidente Michel Temer (MDB) disse nesta 5ª feira (7.set.2023) que existe no Brasil “uma democracia extraordinária”. Em evento do Lide, realizado em Milão (Itália), falou sobre os legados dos chefes do Executivo brasileiros desde o governo de José Sarney, nos anos 1980. Ele, no entanto, não citou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“O governo que chega quer destruir o que o governo anterior fez. Mas, confesso que no Brasil, sem embargo de uma ou outra divergência de natureza eleitoreira, o fato é que, ao longo do tempo, nós fomos reconhecendo cada avanço que cada presidente fez, especialmente a partir de 1988”, falou.
Segundo Temer, a reformulação do Brasil, “depois de um período autoritário”, se iniciou com Sarney, que “permitiu a redemocratização” do Brasil. Fernando Collor de Mello, conforme o ex-presidente, “revolucionou a indústria”. Fernando Henrique Cardoso (PSDB) “fez reformas fundamentais para o país”.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT), declarou Temer, “tornou visível a pobreza” vivida por uma parcela da população brasileira e “propôs fórmulas” para combatê-la. Já Dilma Rousseff (PT) “deu sequência” ao trabalho.
Temer disse que seu legado são as reformas que fez, como a trabalhista. “Nós tivemos a coragem –mais do que a coragem, a ousadia– de promover uma grande modernização trabalhista”, afirmou Temer, acrescentando que só foi possível “mexer nesse vespeiro” uma vez que houve diálogo.
“Só existe diálogo porque existe uma democracia extraordinária no Brasil. Porque as instituições democráticas estão suficientemente estratificadas, nada pode abalá-las”, declarou.
O Lide foi fundado em 2003 pelo ex-governador de São Paulo João Doria. Hoje, é presidido pelo seu filho João Doria Neto.