(Reuters) - A ministra Maria Isabel Gallotti, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), concedeu liminar pedida pela campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) para a retirada de vídeos que tratam de um alegado plano de acabar com o reajuste do salário mínimo pela inflação em um eventual segundo mandato do atual presidente.
Na decisão de domingo, a ministra também determina que os perfis do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas redes sociais, assim como de apoiadores dele, como o deputado federal André Janones (Avante-MG), e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, abstenham-se de veicular notícias com o mesmo teor do vídeo.
Em sua decisão, Maria Isabel Gallotti citou uma publicação no site do Ministério da Economia negando a existência do plano de desvincular o reajuste do salário mínimo da inflação, publicado pelo jornal Folha de S.Paulo.
"Constato que o sítio do Ministério da Economia divulgou informação de que o salário mínimo e aposentadorias vão subir de acordo com a inflação", escreveu a ministra.
"Nesse cenário, em juízo preliminar, verifico que o conteúdo constante no vídeo... é desinformativo, a legitimar a excepcional intervenção desta Justiça Eleitoral, na condição de garantidora da integridade do ambiente informativo político-eleitoral", acrescentou.
Na semana passada, após a publicação da Folha de S.Paulo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a desindexação do salário mínimo está na pauta, mas negou que o valor seria reajustado abaixo da inflação.
A campanha à reeleição de Bolsonaro também lançou uma "operação bombeiro" e o presidente gravou um vídeo de pouco mais de um minuto em que Bolsonaro acusa a esquerda de espalhar informações falsas.
(Reportagem de Eduardo Simões)