Por Eduardo Simões
(Reuters) - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibiu na terça-feira governos estaduais e municipais de reduzirem a oferta de transporte público no próximo domingo, dia em que será realizado o segundo turno das eleições para presidente e para os governos de 12 Estados.
De acordo com a corte, quem desrespeitar a decisão, incluída em resolução aprovada por unanimidade pelo plenário da corte, estará enquadrado em crime eleitoral, sem prejuízo de outras penalidades.
Na seção em que a resolução foi aprovada, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, disse que a medida visa reduzir a abstenção no segundo turno do pleito.
"Quanto mais transporte, mais comparecimento; quanto mais comparecimento, mais democracia", disse Moraes, segundo o site do tribunal.
"Nós sabemos que grande parte da abstenção nas eleições se dá exatamente porque algumas pessoas não têm dinheiro para o transporte e porque, em algumas localidades, não há o transporte necessário", acrescentou.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que aparece à frente do candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência, tem insistido em suas falas públicas sobre a necessidade dos eleitores comparecerem às urnas para votar.
Tradicionalmente, a abstenção eleitoral é maior entre eleitores de menor renda, exatamente uma fatia do eleitorado em que Lula aparece bem à frente de Bolsonaro, de acordo com as pesquisas.