O presidente da China, Xi Jiping, enviou uma carta ao presidente eleito da Argentina, Javier Milei, dando os parabéns pela vitória no pleito de domingo (19.nov.2023). Apesar de já ter dito que não faria negócios com Pequim, Milei baixou o tom e agradeceu ao chinês.
Na carta, Xi valorizou a cooperação de longa data entre os 2 países. “Eu aprecio muito o desenvolvimento das relações China-Argentina e estou disposto a trabalhar com Milei para levar adiante nossa amizade, impulsionar o desenvolvimento e a revitalização dos 2 países por meio de uma cooperação de benefício mútuo, e promover o crescimento sólido e sustentável das relações China-Argentina, a fim de melhor beneficiar os povos dos 2 países”, escreveu o presidente chinês.
O político argentino respondeu em um post no X, publicado na 4ª feira (22.nov): “Agradeço ao presidente Xi Jinping as felicitações e votos que me enviou através de sua carta. Envio os meus mais sinceros desejos de bem-estar para o povo da China”.
Durante sua campanha eleitoral, Milei disse que não negociaria com a China caso vencesse as eleições. Em 2021, ele deu declarações de que não faria “negócios com comunistas”.
Em agosto deste ano, o argentino falou à Bloomberg News que “as pessoas não são livres na China, não podem fazer o que querem e, quando o fazem, são mortas”.
A questão foi levantada durante o último debate presidencial, realizado em 12 de novembro. “Imaginem se no dia 11 de dezembro [quando o governo eleito assume a Presidência da Argentina] vamos romper com o Mercosul e vamos romper a relação com a China… a 1ª coisa que temos que saber é que vamos romper com os nossos 2 mercados mais importantes”, afirmou. “Ao romper com a China perdemos um mercado de US$ 15 bilhões.”
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Mao Ning, afirmou na 3ª feira (21.nov.2023) que seria um “erro enorme de política externa” caso a Argentina cortasse relações com países importantes, “como a China e o Brasil”. Também disse que seria positivo que o libertário visitasse o país asiático para realmente “descobrir o que se passa”.
Pequim é o 2º maior parceiro comercial da Argentina, atrás só do Brasil, com quem Milei também já disse que congelaria relações.
O futuro presidente da Argentina foi eleito com uma pauta liberal, em que prega o enxugamento do Estado e corte de subsídios. Ele também disse que pretende fechar o Banco Central e dolarizar a economia argentina. Nas eleições, recebeu cerca de 55,7% dos votos, contra 44,30% do ministro da Economia, Sergio Massa.
Milei assumirá a Casa Rosada em 10 de dezembro.