Por Elizabeth Culliford
(Reuters) - O conselho de supervisão do Facebook decidirá nesta quarta-feira se mantém a suspensão do ex-presidente dos EUA Donald Trump, em um veredicto muito aguardado que pode indicar como a empresa tratará líderes mundiais que descumprem suas regras no futuro.
O Facebook bloqueou indefinidamente o acesso de Trump às suas contas no Facebook e Instagram em razão de preocupações com mais distúrbios violentos após a invasão do Capitólio dos Estados Unidos em 6 de janeiro por partidários do ex-presidente.
No momento da suspensão, o presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, disse em um post que "os riscos de permitir que o presidente continue a usar nosso serviço durante este período são simplesmente grandes demais". Posteriormente, a empresa encaminhou o caso para seu conselho recentemente estabelecido, que inclui acadêmicos, advogados e ativistas de direitos humanos, para decidir se mantém a proibição ou reabilita Trump.
"Ambas as decisões são decisões sem ganhos para o Facebook", disse Kate Klonick, professora assistente de direito na St. John's University que se integrou ao Facebook para acompanhar a criação do conselho. "Portanto, transferi-los para um terceiro, o conselho de supervisão, é uma vitória para eles, não importa o que aconteça."
O veredicto vinculativo marca uma decisão importante para o conselho, que decide sobre uma pequena parte das questões de conteúdo desafiadoras e que o Facebook criou como um órgão independente em resposta às críticas sobre como lida com materiais problemáticos. O Facebook também pediu ao conselho que fornecesse recomendações sobre como deveria lidar com as contas dos líderes políticos.
Se o conselho derrubar a proibição de Trump, vai devolver ao ex-presidente um megafone de mídia social de que ele não tinha desde que foi barrado em janeiro de plataformas incluindo Twitter, que o proibiu permanentemente de publicar para seus mais de 88 milhões de seguidores, e Snap (NYSE:SNAP). O Facebook terá sete dias para agir sobre a decisão do conselho.
O Facebook disse que Trump, que tem 35 milhões de seguidores no Facebook, estará sujeito às mesmas políticas dos usuários comuns após o fim de sua presidência. Isso significa que se Trump voltar à plataforma, seus posts agora seriam elegíveis para verificação de fatos.