Por Philip Blenkinsop
BRUXELAS (Reuters) - A Anheuser-Busch InBev, maior fabricante de cerveja do mundo, prevê um segundo trimestre "substancialmente pior", conforme o coronavírus restringe o consumo em todo o mundo, embora a China esteja mostrando sinais de recuperação.
A dona das marcas Budweiser, Corona e Stella Artois vendeu 9,3% menos cerveja e outras bebidas do que há um ano nos três primeiros meses de 2020, mas esse declínio piorou para cerca de um terço em abril, quando bares e restaurantes fecharam e parte da produção foi interrompida.
Em um extremo, a África do Sul proibiu as vendas de álcool no final de março e o Peru encerrou a produção e as vendas de cerveja até o final de abril, enquanto muitas lojas no México estavam sem estoque após o fechamento das cervejarias.
A fabricante de cerveja com sede na Bélgica disse que, no entanto, houve primeiros sinais de recuperação na China e na Coreia do Sul, já que os restaurantes começaram a reabrir em meados de março.
O volume de bebidas da empresa na China caiu 46,5% em janeiro-março, mas foi apenas 17% menor em abril.
A AB InBev já descartou suas diretrizes para 2020 devido à pandemia de Covid-19 e propôs reduzir pela metade seu dividendo final de 2019, além de tomar outras medidas de economia de custos.
Como um todo, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) atingiu 3,95 bilhões de dólares, uma queda de 13,7% em relação ao ano anterior. Isso comparado com um consenso compilado pela empresa de uma queda de 14,7%.
No Brasil, o segundo maior mercado da empresa, a receita caiu 10% nos três primeiros meses do ano, com muitos Estados forçando o fechamento em março de bares e restaurantes, responsáveis por mais da metade do volume de bebidas da AB InBev no país.
A companhia espera expandir um serviço que entrega cerveja gelada aos clientes dentro de uma hora a partir de locais fechados.