BRUXELAS (Reuters) - A maior cervejaria do mundo, Anheuser-Busch InBev informou nesta quinta-feira que prevê uma queda de 10% no lucro do primeiro trimestre, após o surto de coronavírus atingir as vendas de cerveja durante o Ano Novo Chinês, fazendo com que suas ações despencassem.
A fabricante da Budweiser, Corona e Stella Artois disse que o vírus levou a um declínio significativo na demanda na China - principalmente durante o Ano Novo Chinês.
O surto, juntamente com a fraqueza esperada no mercado brasileiro mais fraco, pode levar a uma queda de 10% no lucro (Ebitda) do primeiro trimestre do ano, informou a AB InBev, acrescentando que espera um crescimento entre 2% e 5% em 2020, com a maior parte da expansão ocorrendo no segundo semestre.
A empresa sediada na Bélgica, que vende mais Budweiser na China do que no principal mercado norte-americano, disse que a doença reduziu em 285 milhões de dólares sua receita na China nos primeiros dois meses deste ano, o que representa uma queda de 2,3% da receita do primeiro trimestre em relação ao ano passado.
A vida noturna foi paralisada na China no final do ano passado, com muitos bares e restaurantes sendo fechados devido ao vírus COVID-19, disse Carlos Brito, presidente-executivo da AB InBev, ecoando comentários da terceira maior cervejaria do mundo, Carlsberg.
As ações da AB InBev caíam mais de 10%. Analistas da Jefferies disseram em nota que o crescimento "é desafiado sem mais sinergias e com preços baixos".
O lucro principal da empresa no quarto trimestre caiu 5,5%, para 5,34 bilhões de dólares, pior do que as expectativas do mercado de uma queda de 1,9%.
"Nosso desempenho em 2019 ficou abaixo das nossas expectativas e não estamos satisfeitos com os resultados", disse Brito.
Os lucros de ambos os principais mercados - Estados Unidos e Brasil - caíram depois que a AB InBev forneceu em excesso para os atacadistas dos EUA no início do ano, enquanto os custos mais altos de commodities e a fraqueza do real prejudicou as vendas no Brasil.
A AB InBev disse que os resultados no Brasil no primeiro trimestre não coincidiriam com os fortes números dos primeiros meses de 2019, quando um Carnaval excepcionalmente tardio levou a um crescimento de receita de 16,7%.
(Por Marine Strauss)