HAVANA (Reuters) - O ex-presidente colombiano Andrés Pastrana e o ex-presidente boliviano Jorge Quiroga disseram ter sido proibidos de entrar em Cuba na quarta-feira, tendo viajado à ilha comunista para receber um prêmio de um grupo dissidente local.
Os ex-líderes conservadores disseram que foram detidos no aeroporto de Havana assim que chegaram ao país para receber a homenagem em nome da Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (Idea), um fórum de 37 ex-presidentes e chefes de Estado.
"A ditadura cubana nos deportou da ilha hoje por defendermos os princípios democráticos da região", escreveu Pastrana no Twitter. Ele também publicou uma foto de si mesmo e de Quiroga a bordo de um avião fazendo um "L" com os dedos para expressar a palavra "liberdade".
O Ministério das Relações Exteriores cubano não quis comentar o incidente, mas o jornal Granma, do Partido Comunista, acusou a Idea, em um editorial publicado na quarta-feira com o título "Prêmios, provocações e ideias fracassadas", de tentar sabotar "projetos progressistas" em toda América Latina.
"Como em 2017, a entrega do prêmio é acompanhada de um plano para realizar uma provocação na capital cubana nesta semana, criar instabilidade e prejudicar a imagem internacional do país", escreveu o Granma.
A chancelaria colombiana disse em um comunicado que contatou o governo cubano a respeito do incidente, e que foi informada pela embaixada cubana na Colômbia que Pastrana foi alertado na terça-feira de que não seria recebido na ilha por causa de seu plano de comparecer ao evento de reconhecimento à Idea.
(Por Sarah Marsh em Havana; Reportagem adicional de Julia Symmes Cobb, em Bogotá)