O presidente da Associação dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace), Paulo Pedrosa, criticou o parecer da Medida Provisória de privatização da Eletrobras (SA:ELET3). Ele desaprovou, especialmente, o trecho do documento que trata das "térmicas locacionais de base".
Essas usinas são construídas em locais pré-definidos, com o objetivo de estimular a instalação de uma rede de gasodutos em uma determinada região, já que essas térmicas utilizam o gás como insumo.
"Há poucos minutos saiu o parecer da Medida Provisória da Eletrobras. Estão lá, de novo, as tais térmicas locacionais de base. Seriam térmicas que viriam não por mérito, mas por mágica", disse Pedrosa.
Ele ainda criticou o fato de o parecer indicar os locais onde as térmicas devem ser construídas. "Uma decisão técnica e de mercado é tomada meramente como política e o custo é alocado para a sociedade na conta de energia", disse Pedrosa, em evento virtual promovido pela Federação da Indústria do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) para o lançamento do documento "Perspectivas do Gás no Rio 2021".
Segundo Pedrosa, ao escolher esse modelo de desenvolvimento do setor, governo e parlamentares optam por onerar os consumidores. "O papel do governo e de parlamentares é fazer escolhas e definir políticas. Que o façam com o dinheiro da União e não de uma forma pouco transparente no custo da energia, seja elétrica ou no gás natural", complementou.