BC vê impacto setorial relevante de tarifa dos EUA, mas efeito agregado ainda incerto
(Reuters) -As ações da Azzas (BVMF:AZZA3) 2154 dispararam mais de 6% nesta segunda-feira, em meio a uma reestruturação no conselho de administração da companhia dona de marcas como Arezzo e Farm, com analistas também enxergando sinais de novo alinhamento entre os acionistas de referência Alexandre Birman e Roberto Jatahy.
Entre as mudanças, Nicola Calicchio Neto foi eleito como novo presidente do conselho, após renúncia de Pedro Parente. Marcel Sapir foi indicado como vice-presidente e passará a atuar como membro independente. A composição do conselho muda de nove para sete membros, sendo três independentes.
Na mesma reunião, realizada na última sexta-feira, o conselho também aprovou convocação de assembleia geral extraordinária para 22 de julho para tratar dessas mudanças. Birman e Jatahy afirmaram que votarão favoravelmente sobre os temas, conforme o fato relevante da empresa nesta segunda-feira.
"As propostas de alteração refletem nova etapa no processo evolutivo de desenvolvimento do grupo", afirmou a Azzas 2154.
"Com foco na simplificação e execução, as mudanças têm como objetivos acelerar a integração, focar a energia no negócio e aperfeiçoar visão de futuro para o período 2025-2030 do grupo Azzas 2154", acrescentou.
De acordo com analistas do UBS BB em relatório enviado a clientes, a administração da companhia indicou, em uma teleconferência nesta segunda-feira, que algumas cláusulas de proteção serão deixadas de lado nas operações do dia a dia, abrindo caminho para uma integração mais eficaz.
"Em nossa visão, essa reestruturação de governança pode levar a uma dinâmica mais colaborativa e a uma captura mais rápida de sinergias", afirmaram Vinicius Strano e equipe.
Por volta de 14h30, as ações da Azzas 2154 avançavam 5,6%, a R$43,37, entre os melhores desempenhos do Ibovespa, que subia 1,15%. Na máxima até o momento, os papéis chegaram a R$43,70, alta de 6,4%.
Na teleconferência, conforme o UBS BB, a administração destacou um foco renovado em acelerar a integração e esclarecer os valores centrais da empresa. Eles reconheceram que o acordo de acionistas inicial, concebido com uma postura protetiva, acabou criando silos operacionais e desalinhamento cultural.
A companhia também planeja reduzir redundâncias e simplificar sua estrutura organizacional. Segundo o relatório do UBS BB, a administração citou exemplos de equipes que poderiam ser consolidadas para melhorar a eficiência.
"Em termos de alocação de capital, a empresa pode mudar de mandatos específicos por marca para uma estrutura mais centralizada e racional, com o objetivo de um uso mais eficiente dos recursos em todo o grupo", destacaram os analistas após a teleconferência.
Strano e equipe também destacaram que Jatahy confirmou seu compromisso contínuo com a empresa, sem planos de saída.
"Ambos os acionistas expressaram um tom construtivo e um objetivo comum de avançar de forma colaborativa, agora com menos restrições internas e um caminho mais claro para capturar as sinergias pretendidas da fusão", escreveram os analistas, que têm recomendação de compra para os papéis.
(Por Paula Arend LaierEdição de Camila Moreira e Michael Susin)