Investing.com - As ações da B3, operadora da bolsa de valores de São Paulo, operam em alta nos primeiros negócios da manhã desta quinta-feira (02), primeiro dia de pregão em 2020. A valorização dos papéis da companhia é decorrente do novo modelo de tarifação do mercado de ações, direcionada para o pequeno investidor, conforme comunicado da B3 divulgado hoje.
Por volta das 10h45, as ações da B3 subiam 3,96% a R$ 44,33, liderando os ganhos do Ibovespa. Desta forma, os papéis da companhia se recuperam de quatro quedas seguidas desde o pregão de 23 de dezembro.
Segundo a companhia, as alterações visam incentivar a entrada de pessoas físicas na Bolsa em um ambiente econômico de juros baixos que favorece investimentos em ativos de risco. O movimento iniciou ano passado, quando o número de CPFs cadastrados na B3 chegou a 1,5 milhão em outubro do ano passado, mais que o dobro de janeiro de 2018, quando havia 643 mil contas veiculadas a pessoas físicas. Além disso, as mudanças visam compartilhar os ganhos de escala da empresa com os clientes e o mercado.
Menor custo para o investidor
Com as mudanças, a taxa mensal de manutenção de conta, que hoje chega a cerca de R$110 ao ano, será zerada, permitindo que as corretoras ampliem a base de clientes pessoa física. A tarifa cobrada na negociação de ações na B3 também cai cerca de 10% para as pessoas físicas em geral, ficando em R$ 6,00.
Haverá também isenção de tarifas das demais taxas de manutenção a clientes que tiverem até R$20 mil de saldo em custódia numa mesma corretora. Estão inclusas neste segmento as cobranças sobre o pagamento de proventos e valor em custódia, favorecendo cerca de 65% da base de investidores pessoa física que hoje têm saldo em contas de renda variável na B3.
A medida representa uma redução de aproximadamente R$250 milhões nas tarifas pagas pelos clientes da B3 no ano considerando os volumes negociados nos últimos 12 meses. Em 2019, o Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, registrou uma alta de mais de 30%.
Queda no fim de 2019
Os papéis da B3 sofreram quatro quedas consecutivas nos últimos pregões de 2019. A queda foi influenciada após a B3 anunciar que havia concluído discussões com uma empresa interessada em se tornar operadora de bolsa de valores, cujas conversas incluíam negociações sobre o preço e outras condições para a prestação. Segundo o Valor Econômico, a empresa interessada seria a ATS, o que não foi confirmada pela B3.