Por Senad Karaahmetovic
As ações da Boeing (NYSE:BA) recuavam antes da abertura desta sexta-feira, 14, em Nova York, depois que a empresa alertou que poderia entregar menos unidades dos aviões 737 Max no curto prazo.
A Spirit AeroSystems (NYSE:SPR) confirmou, em um comunicado à imprensa, que instalou incorretamente algumas peças na parte traseira de aeronaves. A Boeing foi notificada em relação a um processo de fabricação "fora do padrão" utilizado em duas conexões.
O problema afeta aviões 737 Max , 7 Max, 737 8200 e os jatos P-8. A companhia afirmou que o problema não é uma "questão imediata de segurança de voo e a frota em serviço pode continuar operando com segurança".
Mesmo assim, o problema afetará "um número significativo de aeronaves 737 MAX não entregues, tanto em produção quanto em estoque”, explicou a empresa.
"Nossa expectativa é que haja uma redução das entregas do 737 MAX no curto prazo, enquanto os trabalhos necessários para corrigir o problema são concluídos. Lamentamos o impacto que esse problema terá nos clientes afetados e estamos em contato com eles para definir um novo cronograma de entrega. Forneceremos informações complementares nas próximas semanas, à medida que compreendemos os impactos nas entregas".
Após o comunicado, as ações da Spirit despencaram mais de 10% antes da abertura de hoje.
"A Spirit está trabalhando na inspeção e no reparo das fuselagens envolvidas. Continuamos coordenando de perto com nosso cliente para resolver esse problema e minimizar os impactos, mantendo o foco na segurança", declarou a empresa.
Embora a notícia seja negativa para a Boeing, analistas acreditam que a correção não deve ser muito complexa.
"A reformulação total das unidades pode levar tempo, mas a capacidade de conformidade das novas unidades de produção não deve demorar muito, e o aumento da produção no médio prazo, que estava se fortalecendo recentemente, ainda está intacto", afirmaram os analistas do Goldman Sachs (NYSE:GS).
Analistas da TD Cowen acreditam que a Boeing terá que reduzir suas projeções de entregas para todo o ano.
"Não é uma questão de segurança de voo, e a SPR vê pouco impacto nas aeronaves nas quais as conexões ainda não foram instaladas. Portanto, assim que a correção for concluída, a produção deverá voltar ao normal", concluíram.