Investing.com - Aa ações da Hypera (SA:HYPE3) subiam no início da tarde desta segunda-feira (26), depois de a empresa registrar, na última sexta-feira, lucro de R$ 345,6 milhões, alta de 29,4% em relação ao mesmo período de 2019, devido sobretudo ao forte controle de despesas, que compensou as vendas menores em algumas categorias pelos efeitos da pandemia de Covid-19.
Às 12h26, as ações eram negociadas com alta de 1,13% a R$ 31,23, com mínima de R$ 30,88 e máxima de R$ 31,91, com R$ 188,78 milhões em volume negociado. O desempenho dos papéis era melhor que o do Ibovespa, que operava estável a 101.261 pontos.
Desde o balanço de sexta-feira, o Safra, o BB-BI, o Goldman Sachs, o BTG Pactual e a Mirae Asset divulgaram relatórios sobre a ação.
Para o Safra, que recomenda Compra com preço-alvo de R$ 45, os próximos trimestres devem trazer crescimento orgânico para a companhia, impulsionado pela incorporação do Buscopan e pelos ativos da Takeda, cuja incorporação está em vias de ser concluída. Além disso, a resolução de questões pendentes de governança devem ser um catalisador para as ações. O banco reitera que a Hypera é seu nome favorito na indústria farmacêutica do Brasil.
O BB-BI, por sua vez, também recomendou Compra, e atualizou seu preço-alvo de R$ 41 para R$ 39,90, por continuar a apostar na capacidade da companhia de manter crescimento do sell out e margens robustas, assim como em resultados ainda melhores para 2021.
Já o Goldman Sachs espera uma reação positiva das ações por causa do Ebitda acima do esperado, pelo calendário acelerado de lançamentos, pela potencial aprovação da aquisição da Takeda e por potenciais novas atividades de M&A. O banco fixou seu preço-alvo em R$ 32.
O BTG Pactual (SA:BPAC11), por sua vez, destaca que, apesar de preocupações com as margens, também impactadas pela volatilidade do câmbio, vê um momento cada vez melhor para a Hypera depois dos efeitos negativos da Covid-19. O banco aponta que a recente aquisição de Buscopan e Buscofem e a Takeda, além de um valuation atrativo, apoiam sua recomendação de Compra, com preço-alvo de R$ 42.
Finalmente, a Mirae Asset mantém recomendação de Compra, com preço-alvo de R$ 39,87, por esperar novamente bons resultados no quarto trimestre, com aumento de vendas em todas as linhas de negócios.
Para o Safra, os pontos positivos da Hypera são o alto retorno e a forte geração de caixa vindos de bens de consumo a produtos farmacêuticos; o forte DNA de M&As para promover crescimento e a valuation descontada em relação aos concorrentes. O BB-BI acrescenta ainda o envelhecimento populacional favorecendo o setor; a forte presença nacional no setor farmacêutico; e a existência do Centro de Inovação para novos produtos.
Os maiores riscos, por outro lado, são identificados pelo Safra como a desaceleração global da economia; a instabilidade política no Brasil; uma concorrência irracional levando a pressão sobre as margens e menores retornos; e as questões de governança corporativa ainda não resolvidas. O BB-BI menciona ainda a desvalorização do real frente ao dólar; a incapacidade em renovar e desenvolver o portfólio de produtos e marcas; e as alterações nas exigências para obtenção de licenças e registros de produtos. O Goldman, por sua vez, acrescenta riscos ligados a benefícios fiscais.
Balanço
O resultado operacional medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda) das operações continuadas subiu 32,2%, a 393,5 milhões de reais.
Além disso, a receita teve incremento, já que os produtos Buscopan e Buscofem passaram a contribuir para o resultado da companhia em setembro.
A companhia também afirmou que genéricos em produtos de prescrição e nas categorias de vitaminas, suplementos e nutricionais mostraram recuperação em relação ao trimestre anterior, refletindo a gradual flexibilização das medidas de isolamento social.
Mas algumas categorias relevantes para a companhia, como produtos antigripais, de pediatria, de tratamento respiratório e de ortopedia seguiram impactadas pelas menores consultas médicas, diante do receio gerado pela Covid-19 na população.
De todo modo, a receita líquida da Hypera subiu 7,9% ano a ano, para 1,09 bilhão de reais.
A Hypera passou de caixa líquido de 369,8 milhões de reais no fim de junho para endividamento líquido de 637,3 milhões no fim de setembro, após o pagamento de 1,3 bilhão de reais pela compra das marcas Buscopan. A companhia emitiu 735 milhões de reais em debêntures para pagar o portfólio de medicamentos adquirido da Takeda.
-- Com participação da Reuters