BRUXELAS (Reuters) - Dezenas de tanques Leopard 1 de segunda mão, que pertenceram à Bélgica, foram comprados por outro país europeu para as forças ucranianas que lutam contra a invasão da Rússia, disse o comerciante de armas que fez o negócio nesta terça-feira.
Os Leopards de fabricação alemã estiveram no centro de uma discussão pública no início deste ano, depois que a ministra da Defesa belga, Ludivine Dedonder, disse que o governo havia explorado a possibilidade de recompra de tanques para enviar à Ucrânia, mas havia recebido uma cotação com preços irracionais.
O episódio destacou uma situação difícil enfrentada pelos governos ocidentais, que tentam encontrar armas para a Ucrânia depois de mais de um ano de intensa guerra – as armas que descartaram como obsoletas estão agora em alta demanda e muitas vezes são de propriedade de empresas privadas.
Freddy Versluys, CEO da empresa de defesa OIP Land Systems, comprou os tanques do governo belga há mais de cinco anos.
Ele disse à Reuters que já havia vendido todos os 50 tanques para outro governo europeu, cujo nome não pôde identificar devido a uma cláusula de confidencialidade. Ele disse que também não poderia revelar o preço.
O jornal alemão Handelsblatt informou na noite de terça-feira que a fabricante de armas Rheinmetall havia adquirido os tanques e prepararia a maioria deles para exportação para a Ucrânia.
A empresa não quis comentar.
"O fato de eles deixarem nossa empresa prova que pedimos um preço justo de mercado e alguém ficou mais do que feliz em aceitá-los", disse Versluys em um post no LinkedIn, acompanhado por uma foto de tanques ao lado de uma garrafa de vodca ucraniana.
O Handelsblatt disse que os 50 tanques serão reformados em
fábricas da Rheinmetall na Alemanha e que 30 modelos revisados
seriam destinados para exportação. O jornal não identificou nenhum governo por trás do negócio.
O Ministério da Defesa alemão não fez comentários imediatos.
(Reportagem de Andrew Gray; reportagem adicional de Christoph Steitz e Sabine Siebold)