Por Tim Hepher
PARIS (Reuters) - A Airbus (PA:AIR) disse nesta quinta-feira que esperava parar de consumir caixa no quarto trimestre, dando aos investidores o primeiro vislumbre de um caminho para o fim da crise, após a empresa acelerar as entregas para companhias aéreas.
A fabricante de aviões disse que a primeira meta formal desde a suspensão de sua previsão anual em abril permanecia intacta depois que a França anunciou um novo lockdown nacional na quarta-feira.
O presidente-executivo, Guillaume Faury, disse que a Airbus aprendeu muito sobre como se adaptar durante os sete meses de crise.
Mas ele também alertou que o tráfego aéreo está demorando mais do que o esperado para se recuperar do impacto dramático visto no início da pandemia, quando as companhias aéreas foram forçadas a suspender os voos.
"Acreditamos que teremos que conviver com a circulação do vírus por um longo período", disse Faury.
As ações da Airbus operavam com volatilidade, conforme as preocupações relacionadas à pandemia disputavam a atenção com uma previsão de caixa otimista e lucro operacional melhor do que o esperado, que excluiu um encargo de reestruturação de 1,2 bilhão de euros.
O lucro operacional do terceiro trimestre caiu 49%, para 820 milhões de euros, enquanto a receita caiu 27% para 11,2 bilhões, superando as previsões do mercado sobre o lucro, mas ficando abaixo na das receitas.
A Airbus aumentou as entregas, em parte, fechando acordos com companhias aéreas para guardar as aeronaves enquanto não podem colocá-las diretamente em serviço. Mas algumas fontes da indústria disseram que um novo lockdown na França levantou novas questões sobre sua capacidade de entregar jatos sem novos problemas.
A companhia não anunciou novas metas de entregas, mas pessoas que acompanham o cronograma dizem que a Airbus parece ter como objetivo algo entre 500 e 550 entregas de aeronaves em 2020, ante 863 em 2019.