Por Tim Hepher
LONDRES (Reuters) - A Airbus elevou nesta sexta-feira sua projeção para a demanda por aeronaves nos próximos 20 anos e renovou a forma como calcula essa estimativa, introduzindo novas categorias de "pequeno" a "extra grande", bem como desfazendo as fronteiras tradicionais entre os tipos de jatos.
A fabricante europeia disse que estava elevando a previsão para entregas de aeronaves nos próximos 20 anos em mais de 7 por cento, para 37.400 jatos, avaliados em 5,8 trilhões de dólares pelos preços de lista.
Os números se comparam aos 34.900 jatos, avaliados em 5,3 trilhões de reais, um ano atrás, como resultado de um ponto de partida mais alto, enquanto a indústria absorve outro ano de crescimento acelerado em viagens aéreas.
No centro da perspectiva encontra-se o mercado de jatos pequenos, com até 230 assentos, onde a Airbus expandiu seu portfólio ao fechar acordo para compra do CSeries de 110 a 130 assentos da Bombardier --um movimento espelhado na véspera pela tentativa da Boeing de adquirir a unidade de aeronaves comerciais da Embraer (SA:EMBR3).De acordo com a Airbus, o segmento de jatos pequenos deve representar 28.550 entregas, avaliadas em 3,2 trilhões de dólares, ou 76 por cento do total de unidades entregues nos próximos 20 anos.
A companhia ainda redesenhou a tradicional distinção entre jatos de corredor único e duplo, bem como entre os vários tipos de aeronaves de longa distância. As mudanças são particularmente evidentes para aviões maiores.
Em vez de separar os jatos com 450 assentos ou mais, cujos modelos efetivamente disponíveis são o Boeing 747 e o Airbus A380, a empresa agora coloca todas as aeronaves com 350 assentos ou mais em uma mesma categoria chamada 'extra grande'.
A Airbus estima que 1.590 unidades do tipo serão entregues nas próximas duas décadas. Outras categorias incluem 'médio', ou aeronaves com 230 a 300 assentos, e 'grande', com 300 a 350 assentos.
A Airbus vem enfrentando há anos uma batalha estatística com a Boeing pela demanda por jatos muito grandes como 747 e o A380, um segmento em que tem sido mais positiva que a rival norte-americana.