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Alemã TÜV Süd é acusada de fugir de responsabilidade sobre Brumadinho em corte na Alemanha

Publicado 28.09.2021, 14:31
© Reuters.
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Por Alexander Hübner

MUNIQUE (Reuters) - A alemã TÜV Süd foi acusada nesta terça-feira de fugir de suas responsabilidades sobre seu suposto papel no colapso mortal da barragem da Vale (SA:VALE3) em Brumadinho (MG), em 2019, quando requerentes brasileiros abriram o primeiro processo civil na Alemanha sobre o desastre.

O município de Brumadinho e a família de uma das vítimas alegam que a empresa foi responsável pela certificação da barragem de Brumadinho, quatro meses antes de seu rompimento que ocorreu janeiro de 2019, desencadeando uma maré de rejeitos de mineração que matou 270 pessoas no desastre de mineração mais mortal do país.

"A TÜV Süd está se esquivando de sua grave responsabilidade e não vai nos ajudar a reconstruir nosso pequeno município", disse Avimar Barcelos, o prefeito de Brumadinho, ao tribunal.

"Eles deveriam vir (ao Brasil) e ver o que eles fizeram."

Os advogados da TÜV Süd, sediada em Munique, lamentaram a catástrofe, mas disseram ao tribunal que a empresa não era a responsável, observando que a Vale, uma das maiores produtoras globais de minério de ferro, concordou em pagar indenização de 6 bilhões de euros.

"É o operador da barragem o responsável por sua estabilidade", disse Philipp Hanfland, um dos advogados da TÜV Süd.

A Vale não estava imediatamente disponível para comentar.

Mas Jens Spangenberg, representando os reclamantes junto com o escritório de advocacia PGMBM, disse que o acesso à justiça no Brasil é lento. Até o momento, o Estado de Minas Gerais entregou ao distrito 160 mil euros - e 70% da lama ainda não foi removida, disse ele.

Os sete demandantes, incluindo os pais, três irmãos e marido da engenheira da Vale Izabela Barroso Cãmara Pinto, exigem cerca de meio milhão de euros de indenização da empresa.

Os advogados dos reclamantes afirmam que, se o caso for bem-sucedido, cerca de 1.200 outras pessoas, que perderam parentes ou foram diretamente afetadas pelo rompimento da barragem, podem iniciar ações judiciais que podem gerar danos de bilhões de euros.

A próxima audiência está marcada para fevereiro de 2022.

(Reportagem adicional de Clara Denina)

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