Paris, 21 jun (EFE).- O Conselho de Administração do grupo industrial francês Alstom aceitou neste sábado a oferta de fusão de suas atividades do setor de energia com a americana General Electric, nas condições impostas pelo governo da França.
A decisão foi adotada por unanimidade pelos membros do conselho, que há algumas semanas insistem que a oferta da General Electric é a melhor para seus interesses.
O governo decidiu ontem aprovar a fusão com a condição de a Bouygues, uma das acionistas, aceitar vender ao Estado francês 20% do capital do grupo. Desta forma, a França e a General Electric serão os principais acionistas do novo conglomerado, que reúne as atividades de energia nuclear e renováveis dos dois grupos.
O ministro da Economia, Arnaud Montebourg, detalhou ontem as condições impostas à fusão, que passam por manter os centros de decisão na França, aumentar em mil o número de funcionários e manter a independência energética do país. Para a conclusão do acordo, só falta um consenso nas negociações entre o Estado e a Bouygues.
O presidente da França, François Hollande, afirmou hoje que a entrada da França no capital do novo grupo é imprescindível para que o aval à fusão seja mantido. O preço das ações é agora o principal obstáculo a essa transação, que o chefe de Estado garantiu que avançará nas próximas horas.
Este parece ser o fim de uma novela empresarial que começou há algumas semanas, depois de a General Electric anunciar a intenção de assumir um dos ícones industriais da França.
A perspectiva de ver passar para as mãos de americanos a Alstom, fabricante das turbinas das usinas nucleares francesas e, entre outras atividades, também de trens de alta velocidade, fez o governo reagir. Paris rejeitou inicialmente a oferta de General Electric e chamou a alemã Siemens para entrar no leilão.
A jogada surtiu efeito, e o grupo americano se viu obrigado a elevar a oferta e aceitar que seu projeto de absorção se transformasse em uma operação de fusão entre iguais, que finalmente foi concretizada com o anúncio da entrada da França no capital da Alstom.
O grupo francês informou que vai consultar os representantes dos trabalhadores sobre esta oferta, mas tudo indica que receberá seu respaldo, já que a entrada do Estado no conjunto de acionistas era uma das condições.