Por David Shepardson
WASHINGTON (Reuters) - A American Airlines anunciou nesta quarta-feira a ampliação na suspensão de voos com o avião 737 MAX até 15 de janeiro, indo na direção contrária das promessas da fabricante norte-americana de aviões, que tem afirmado que os jatos vão voltar a voar antes do fim deste ano.
A maior companhia aérea dos Estados Unidos, que cancelou cerca de 140 voos por dia com o modelo até 3 de dezembro, elevou a estimativa de impacto gerado pela suspensão dos voos da aeronave no terceiro trimestre para 140 milhões de dólares, 15 milhões a mais que a previsão anterior.
As ações da companhia aérea, que acumulam queda de cerca de 16% este ano, subiam nesta quarta-feira após a empresa afirmar que custos menores com combustível impulsionaram as margens do terceiro trimestre.
Em julho, a American disse que o lucro anual será reduzido em cerca de 400 milhões de dólares se o MAX continuar sem voar até 2 de novembro. A companhia afirmou nesta quarta-feira que o valor vai subir por causa da suspensão até o início de 2020.
Autoridades de aviação ainda estão avaliando mudanças propostas em software do avião e não há prazo definido para o retorno dos voos da aeronave.
A American, que cancelou 9.475 voos no terceiro trimestre, afirmou que espera recuperar gradualmente os voos do MAX a partir de 16 de janeiro. A companhia aérea afirmou que as atualizações de software da aeronave vão fazer a agência de aviação dos Estados Unidos (FAA) "recertificar o avião este ano e retomar o serviço comercial do jato em janeiro de 2020".
O 737 MAX está sem poder voar em todo o mundo desde meados de março, após duas quedas de jatos do modelo na Indonésia e Etiópia, que mataram 346 pessoas em um intervalo de cinco meses.
Entre outras empresas dos EUA que cancelaram voos do MAX, a Southwest Airlines cancelou voos da aeronave até 5 de janeiro e a United Airlines, até 19 de dezembro.
(Por David Shepardson em Washington e Ankit Ajmera em Bangalore, Índia)