LONDRES (Reuters) - A Anglo American (LON:AAL) recebeu a última licença de operação necessária para expandir a produção em seu complexo de minério de ferro Minas-Rio, que com isso poderá operar com capacidade total de 26,5 milhões de toneladas por ano, informou a mineradora nesta segunda-feira.
A mina, que tem sido negativamente impactada por atrasos e pela necessidade de obtenção de licenças após um vazamento em um duto em março de 2018, produzirá 23 milhões de toneladas de minério de ferro neste ano.
A licença foi emitida depois que a companhia aumentou a capacidade local de armazenamento de resíduos conhecidos como rejeitos. A disposição de resíduos é uma questão sensível para a indústria de mineração, aind mais depois que uma barragem da Vale (SA:VALE3) se rompeu em Brumadinho, Minas Gerais, matando mais de 250 pessoas.
O J.P. Morgan Cazenove disse que a notícia sobre a licença acaba com um importante risco que pesaria sobre Anglo ao longo de 2020 e reiterou sua recomendação "overweight" para as ações da companhia.
A mineradora, listada em Londres e Johannesburgo, informou que agora poderá completar uma terceira fase de desenvolvimento na Minas-Rio para atingir capacidade total.
A empresa acrescentou que a barragem de rejeitos do complexo tem "um projeto conservador e de alta qualidade" em questões de segurança.
A Anglo American também afirmou que o complexo produz minério de ferro de alta qualidade, o que significa que sua extração e seu processamento em aço produzem menos rejeitos e reduzem a emissão de gases de efeito estufa.
As empresas de mineração estão sob crescente pressão de investidores preocupados com os impactos ambientais e sociais da extração de recursos minerais.
(Por Barbara Lewis)