Investing.com – As ações podem apresentar volatilidade logo após o Federal Reserve (Fed) realizar o esperado corte de juros nesta quarta-feira, 18, com mais cortes previstos nos próximos meses. No entanto, a trajetória de longo prazo dos mercados acionários será mais influenciada pelos dados econômicos futuros, segundo analistas do Barclays (LON:BARC).
O banco central americano deve reduzir a taxa de juros pela primeira vez desde março de 2020, após sua mais recente reunião de dois dias, mas a magnitude desse corte ainda é uma grande incerteza para os investidores.
De acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group, a chance de um corte maior, de 50 pontos-base, em vez do tradicional corte de 25 pontos-base, é de 61%. Os traders também buscarão pistas sobre como o Fed planeja conduzir um possível ciclo de flexibilização, com o mercado esperando cortes de, no mínimo, 100 pontos-base até o final de 2024.
CONFIRA: Curva de juros dos EUA
"Com grande parte do viés 'dovish' [flexível] já precificado, a decisão do Fed e sua comunicação sobre a trajetória dos juros provavelmente afetarão a volatilidade de curto prazo entre diferentes classes de ativos", disseram os analistas do Barclays em uma nota aos clientes nesta quarta-feira.
Para os mercados acionários, os analistas do Barclays observaram que, historicamente, as ações "tendem a ter um desempenho melhor" após o Fed iniciar um ciclo de flexibilização com um corte inicial de 0,25 ponto percentual, desde que a economia dos EUA consiga evitar uma recessão. No entanto, eles destacaram que, em tempos de recessão, as ações costumam cair após o primeiro corte.
Os analistas também afirmaram que pode levar "algum tempo" até que os investidores saibam com certeza se a economia conseguiu evitar uma recessão, o que aumenta a importância dos dados econômicos nos próximos meses. "Consideramos que um indicador confiável e oportuno de recessão são os pedidos de auxílio-desemprego, que, até agora, permanecem sob controle", disseram os analistas.
Se os números continuarem a mostrar resiliência na maior economia do mundo, eles preveem que "a maior parte" do recente rali em ações defensivas — por preocupações com a incerteza econômica — pode desacelerar. Mesmo assim, ressaltaram que "a história sugere que não há pressa para retomar posições de risco."