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Após forte avanço, renda fixa segue firme em 2024 em meio a queda nos juros?

Publicado 15.02.2024, 17:47
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Investing.com – Incertezas políticas e econômicas, com ciclo de cortes nos juros, mas ainda em patamares elevados, fomentaram a maior adesão à renda fixa em 2023. O cenário segue promissor em 2024, com uma tendência, pelo menos no início do ano, de que o ritmo de diminuição da Selic siga o mesmo, e com um possível balde de água fria para os mais otimistas com a bolsa em meio à frustração sobre o início da flexibilização nos juros americanos.

O número de investidores em renda fixa atingiu 17 milhões de pessoas em 2023, segundo dados da B3 (BVMF:B3SA3), uma alta de 15%. Os produtos de dívida corporativa, como debêntures, notas comerciais, CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) registraram acréscimo de 35% no total de investidores. As LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) apresentaram a maior variação no número investidores entre as aplicações de renda fixa, com expansão de 58%. Somente no Tesouro Direto, o ano fechou com mais de 2,5 milhões de investidores, número próximo dos dados da prévia operacional de janeiro divulgados pela B3.

CONFIRA: Cotação do Tesouro Direto

Renda fixa ‘bombou’ em 2023

Uma série de fatores contribuiu significativamente para a maior adesão à renda fixa em 2023. Daniel Leal, estrategista de renda fixa da BGC Liquidez elenca, em primeiro lugar, a incerteza em torno das políticas econômicas do novo governo, que teria gerado um ambiente de cautela entre os investidores, levando à busca por ativos considerados mais seguros, como os de renda fixa. Além disso, a manutenção da taxa básica de juros Selic em um patamar elevado durante boa parte do ano também influenciou essa tendência, de acordo com Leal, pois os investimentos em renda fixa se tornaram mais atrativos em comparação com ativos de maior risco.

“Ao longo do ano, medidas importantes, como a divulgação do novo regime fiscal e o avanço da reforma tributária, contribuíram para fortalecer a confiança dos investidores no mercado de renda fixa. Além disso, o início do ciclo de corte de juros pelo Banco Central proporcionou um cenário favorável para os investimentos nessa modalidade, estimulando ainda mais a migração de recursos para esse tipo de ativo”, aponta o estrategista, que elenca como resultado um movimento de fechamento da curva de juros ao longo do ano, refletindo um aumento do interesse e da demanda por investimentos em renda fixa.

As oportunidades e preferência por menor volatilidade motivaram a maior adesão dos investidores, concorda Gustavo Biserra, analista da Nova Futura Investimentos. “Quando foi possível ter, digamos assim, dinheiro de graça, tendo rentabilidades que chegavam a mais de 12% ao ano, o mercado não via patamares assim há um bom tempo, principalmente depois daquela queda na taxa de juros que levou a Selic a 2% ao ano”, recorda.

Com o cenário de juros, os investidores e empresas buscam alocar em renda fixa para trazer mais segurança. “Vou ganhar um pouco mais de 1% ou próximo a 1% ao mês sem fazer absolutamente nada ou eu vou ficar correndo risco de volatilidade?”, indaga. A expectativa anterior sobre a queda da taxa de juros possibilitava, em opiniões mais otimistas, cortes maiores, mas a sinalização é de continuidade no ritmo. Então, investidores ainda estão com uma certa aversão ao risco, com preferência por títulos garimpados que pagam em torno de 1% ao mês, sem sofrer com oscilações.

Renda fixa segue atrativa em 2024?

Para 2024, a atratividade para a renda fixa continua, mesmo com a perspectiva de queda na taxa básica de juros (Selic). Inicialmente, a Selic ainda segue em patamares elevados, recorda Leal, iniciando o ano em dois dígitos e possivelmente encerrando próxima a 9%. “Esse cenário resulta em um ambiente com juros reais ainda consideravelmente atrativos, o que continuará atraindo investidores para essa modalidade de investimento”, destaca.

Gustavo Biserra, analista da Nova Futura Investimentos, concorda com essa visão, a menos que haja cortes mais agressivos, que podem direcionar os valores da renda fixa para a bolsa de valores. “Vai contrabalanceando, aquela questão de custo de oportunidade. Então eu vejo, sim, 2024 ainda mantendo essa tendência, mas não tão agressiva”.

Os ativos de renda fixa são distintos, o que requer análise cuidadosa. Porém um estudo da Grana Capital aponta que a maioria dos investidores pessoas física de renda variável, ou 68% deles, superou no ano passado o desempenho da renda fixa medida pelo Ima-B, o Índice da Anbima que acompanha o desempenho dos títulos públicos de inflação (Tesouro IPCA ou NTN-Bs), que renderam 16,05% em 2023. O estudo considerou uma amostra de 46.274 investidores.

Oportunidades no mercado

Com a expectativa do início de cortes nas taxas de juros de países desenvolvidos e continuidade da diminuição da Selic, investidores devem ajustar suas posições para capturar as melhores oportunidades no mercado.

Leal afirma que a curva de juros longa no Brasil pode ser afetada pela precificação de eventual diminuição nas fed funds americanas e, nesse momento, os investidores que aplicaram na ponta longa pré-fixada podem colher bons resultados com a queda desses juros.

“Além disso, os juros reais continuarão oferecendo retornos atrativos, estimados em torno de 5,50% (com valores ainda mais altos nos prazos mais longos). Essa tendência de queda na curva de juros deve se intensificar à medida que a Selic continuar seu declínio e a inflação permanecer controlada, aproximando-se da meta estabelecida pelo Banco Central”, completa Leal.

O estrategista da BGC Liquidez menciona como principais oportunidades para 2024 na renda fixa a opção por prazos mais longos e prefixados, “além da manutenção de retornos atrativos nos juros reais, especialmente enquanto a Selic continuar sua trajetória de queda e a inflação permanecer sob controle”.

Segundo Bisserra, como o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central tende a seguir no corte de juros no mesmo patamar, em meio ponto percentual nas próximas reuniões, há títulos pré-fixados em que o investidor pode conquistar uma boa rentabilidade, como por exemplo de 11%, 10%, ou 10,5%. O investidor precisa ficar atento aos dados inflacionários, pois se os cortes seguirem, a medida tende a proporcionar oportunidades em títulos de renda fixa que são pré-fixados, que travam um determinado valor no momento da alocação.

O analista pondera sobre os riscos, pois se a inflação voltar a subir o ambiente econômico não for favorável, o país sofrer com uma recessão e os preços subirem, impedindo cortes nos juros, na contramão da tendência atual, eles podem ser menos vantajosos, mas não é esse o cenário base.

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