Apple leva mais de 1 milhão de iPhones de avião da Índia para os EUA após tarifas de Trump

Publicado 10.04.2025, 08:25
Atualizado 10.04.2025, 08:30
© Reuters. Loja da Apple em Washington.nREUTERS/Clodagh Kilcoyne

Por Aditya Kalra e Abhijith Ganapavaram e Munsif Vengattil

NOVA DÉLHI (Reuters) - A Apple (NASDAQ:AAPL) fretou aviões cargueiros para transportar desde março 600 toneladas de iPhones, ou até 1,5 milhão de unidades do smartphone, da Índia para os Estados Unidos, depois de aumentar a produção no país asiático em um esforço para contornar as tarifas de importação criadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, disseram fontes à Reuters.

Cerca de seis jatos cargueiros com capacidade de 100 toneladas cada um voaram desde março, um deles nesta semana, da Índia para os EUA exatamente quando as novas tarifas criadas pelo bilionário da extrema direita norte-americana entraram em vigor, disseram a fonte e um funcionário do governo indiano.

O peso embalado de um iPhone 14 e de seu cabo de carregamento é de cerca de 350 gramas, segundo medições da Reuters, o que implica que a carga total de 600 toneladas compreendeu cerca de 1,5 milhão de iPhones.

A Apple e o Ministério da Aviação da Índia não responderam a um pedido de comentário.

Analistas alertaram que os preços de iPhones nos EUA poderiam aumentar, dada a alta dependência da Apple em relação às importações da China, o principal centro de fabricação dos dispositivos, que está sujeito à maior sobretaxa de Trump, de 125%. Essa sobretaxa é muito maior que os 26% de imposto de importação cobrados da Índia na época em que os embarques dos aparelhos foram feitos. Na véspera Trump suspendeu suas tarifas por 90 dias a todos os países, menos para a China.

Segundo uma das fontes próximas da estratégia logística da Apple, a empresa queria "vencer a tarifa" de Trump ao despachar os iPhones da Índia para os EUA de avião.

A empresa fez lobby com as autoridades aeroportuárias indianas para reduzir para seis horas o tempo necessário para passar pela alfândega no aeroporto de Chennai, no Estado de Tamil Nadu, no sul do país, em vez de 30 horas, acrescentou a fonte.

O chamado arranjo de "corredor verde" no aeroporto do centro de produção indiano imita um modelo que a Apple usa em alguns aeroportos na China, disse a fonte.

A Apple vende mais de 220 milhões de iPhones por ano em todo o mundo, com a Counterpoint Research estimando que 20% do total de importações de iPhone para os EUA agora vem da Índia e o restante da China.

Trump aumentou consistentemente as tarifas dos EUA sobre a China, chegando a 125% na quarta-feira, em comparação com os 54% anteriores.

Com o imposto de 54%, o preço de US$1.599 do iPhone 16 Pro Max, topo de linha, nos EUA teria subido para US$2.300, segundo cálculos baseados em projeções da Rosenblatt Securities.

MUDANÇAS NO DOMINGO

Na Índia, a Apple intensificou os envios aéreos para atingir a meta de aumento de 20% na produção de iPhones na maior fábrica da Foxconn (TW:2354) no país, que trabalhou inclusive aos domingos, acrescentou a fonte.

Duas outras fontes diretas confirmaram que a fábrica da Foxconn em Chennai funciona agora aos domingos. A fábrica produziu 20 milhões de iPhones no ano passado, incluindo os modelos mais recentes do iPhone 15 e 16.

À medida que a Apple diversifica sua produção para além da China, ela posiciona a Índia para um papel fundamental. A Foxconn e a Tata, seus dois principais fornecedores no país, têm três fábricas no total, e mais duas estão sendo construídas.

A Apple gastou cerca de oito meses para planejar e estabelecer o desembaraço alfandegário acelerado em Chennai, e o governo do primeiro-ministro, Narendra Modi, pediu às autoridades que apoiassem a Apple, disse uma autoridade indiana sênior.

As remessas da Foxconn da Índia para os Estados Unidos aumentaram em valor para US$770 milhões em janeiro e US$643 milhões em fevereiro, em comparação com a faixa de US$110 milhões a US$331 milhões nos quatro meses anteriores, segundo dados alfandegários.

Mais de 85% das remessas aéreas de janeiro e fevereiro da Foxconn foram descarregadas em Chicago, Los Angeles, Nova York e São Francisco.

A Foxconn não se manifestou.

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