DUBAI (Reuters) - A Arábia Saudita está acompanhando de perto os mercados globais de petróleo em meio às "expectativas sombrias" devido aos possíveis impactos da disseminação do coronavírus na China sobre a economia chinesa e mundial, disse o ministro de energia do país nesta segunda-feira.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados podem responder a qualquer impacto sobre a estabilidade do mercado de petróleo se necessário, afirmou o ministro, príncipe Abdulaziz bin Salman.
Ele acrescentou, no entanto, estar confiante de que a China e a comunidade internacional poderão conter o surto do vírus e erradicá-lo.
O ministro afirmou que o impacto atual sobre os mercados globais, incluindo de petróleo e outras commodities, tem sido "guiado principalmente por fatores psicológicos e expectativas extremamente negativas adotadas por alguns participantes do mercado apesar do impacto muito limitado sobre a demanda global por petróleo".
Os preços do petróleo Brent recuavam para abaixo de 60 dólares nesta segunda-feira, tocando mínimas desde o final de outubro.
Embora a maior parte dos mercados esteja sendo impactada pela disseminação do coronavírus, muitos deles estão fechados na Ásia devido aos feriados de Ano Novo Lunar.
"Um pessimismo extremo como esse ocorreu em 2003, durante a epidemia de SARS, mas ela não causou uma redução significativa na demanda por petróleo", disse o ministro saudita em comunicado.
Ele ainda disse que está confiante de que os sauditas e outros membros da Opep, assim como seus aliados no grupo conhecido como Opep+, "têm a capacidade e flexibilidade necessária para responder a quaisquer desdobramentos, tomando as ações necessárias para apoiar a estabilidade do mercado, se a situação assim exigir".
A Opep+, que inclui a Rússia, tem restringido a oferta de petróleo para apoiar os preços, com um acordo que aumentou cortes de produção em 500 mil barris por dia (bpd), para um total de 1,7 milhão de bpd, e é válido até março. O grupo deverá se reunir em março para decidir sobre a política de produção.
(Por Maha El Dahan e Rania El Gamal)