BRASÍLIA (Reuters) - A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, disse nesta quarta-feira que nenhum produto agrícola do país precisa de atenção "exagerada" até o momento em função da seca em importantes áreas produtoras, mas não descartou eventual problema para a cultura do café, se as chuvas não se regularizarem.
"Dificuldades nós teremos, redução de safra em alguns lugares, mas vai depender das chuvas desta semana", disse ela a jornalistas, afirmando que os próximos dez dias são os mais importantes para medir esse impacto.
Contudo, a ministra afirmou que a soja, com produção estimada em um recorde de 95,92 milhões de toneladas, segundo levantamento de janeiro do governo, não deve sofrer grandes perdas, uma vez que a colheita já começou e boa parte das lavouras está em fase de maturação.
A maior preocupação da ministra é com o café. Segundo ela, a ocorrência de chuvas nos próximos dias será "fundamental" para a definição da safra do maior produtor global.
Produtores em Minas Gerais, principal Estado cafeeiro do Brasil, já alertam para perdas em função da estiagem em janeiro.
Embora a ministra mostre otimismo com as recentes chuvas ocorridas nos últimos dias, um site lançado nesta quarta-feira mostrava que 74,32 por cento dos 233 municípios que produzem café estão com problemas de disponibilidade de água no solo.
As declarações ocorreram durante lançamento de um site produzido pela Embrapa, Inmet e a própria pasta, que tem o objetivo de informar sobre o atual momento hídrico pelo qual o país passa, além de dar prognósticos e estimativas de chuvas -- https://www.embrapa.br/agua-na-agricultura.
Para a ministra, o site vai ajudar na tomada de decisões dos produtores, além de evitar que o "governo seja pego de surpresa" com eventuais crises de produtos.
Ela evitou dar detalhes sobre novo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a ser divulgado na quinta-feira.
(Reportagem de Nestor Rabello)