Por Flavia Bohone
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda ante o real nesta segunda-feira, após a divulgação de dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos mais fracos que o esperado, indicando que o Federal Reserve, banco central dos EUA, poderia adiar o início do processo de elevação da taxa de juros.
A moeda norte-americana fechou em queda de 0,22 por cento, a 3,1223 reais na venda, após ter recuado 1,48 por cento na mínima da sessão, a 3,0829 reais. Na máxima, o dólar foi negociado 3,1262 reais. Na semana passada, o dólar acumulou queda de 3,43 por cento ante o real.
Segundo dados da BM&FBovespa, o giro financeiro ficou em torno de 1,8 bilhão de dólares.
Na sexta-feira, com os mercados fechados devido ao feriado de Páscoa, o Departamento de Trabalho dos EUA divulgou que a criação de postos de trabalho em março foi o menor em mais de um ano, elevando as preocupações sobre a recente desaceleração do crescimento econômico norte-americano e as apostas na postergação do início do processo de elevação da taxa de juros no país.
"O dado veio bem mais fraco que o esperado, com praticamente todas as informações ruins... Aqui, o mercado estava fechado, então a correção se dá hoje", disse o economista sênior do Besi Brasil Flavio Serrano.
A expectativa para esta semana é que a moeda norte-americana oscile menos ante o real, com o cenário político interno mais calmo e poucos indicadores com potencial de causar fortes movimentos.
Na semana passada, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de 3,1179 reais e a máxima de 3,2902 reais, nas negociações intradia.
"De uma forma ou de outra, o câmbio está se estabilizando e oscilando em um patamar mais restrito", disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, acrescentando que o cenário político no Brasil mais tranquilo colabora para a redução da volatilidade.
"A volta de conversas entre governo e Congresso apaziguou um pouco o temor do mercado de que governo não conseguiria levar medidas adiante e voltaríamos à estaca zero", disse Galhardo.
Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta integral de até 10,6 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 4 de maio, equivalentes a 10,115 bilhões de dólares. Até o momento, a autoridade monetária já rolou cerca de 15 por cento do lote total.