Por Michelle Martin
BERLIM (Reuters) - Políticos alemães mantiveram a pressão neste fim de semana para que a Grécia implemente as reformas, com o ministro da Economia da Alemanha, Sigmar Gabriel, alertando Atenas, durante uma entrevista, que um terceiro pacote de ajuda não estaria nos planos se os gregos não realizarem mudanças.
A Grécia está rapidamente ficando sem recursos, e as negociações com os seus credores se encontram num impasse por conta das demandas para que os gregos façam as reformas, entre elas cortes nas aposentadorias e liberalização do mercado de trabalho.
O ministro as Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, sugeriu na segunda-feira que a Grécia poderia precisar de um referendo para aprovar reformas econômicas difíceis, e Gabriel disse que tal votação poderia acelerar as decisões.
Atenas afirma não ter planos para um referendo no momento.
Gabriel, líder dos sociais-democratas, membros da coalizão da chanceler Angela Merkel, enfatizou que o governo grego precisa tomar uma atitude.
"Um terceiro pacote de ajuda para Atenas é possível somente se as reformas forem implementadas. Não podemos simplesmente enviar dinheiro", disse a um jornal.
O parlamentar conservador Markus Ferber afirmou à revista Der Spiegel que não havia maioria na Alemanha para o envio de um terceiro pacote de ajuda para a Grécia.
Desde 2010, Atenas depende do dinheiro do socorro de 240 bilhões de euros da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) para pagar as suas contas. A Grécia não recebe nenhuma parcela dos recursos desde agosto.
Na sexta-feira, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, disse que o país havia chegado a um consenso básico com os credores internacionais, mas que o governo não recuaria dos seus limites, como, por exemplo, não cortar salários e pensões.
Volker Kauder, líder parlamentar dos conservadores, grupo de Merkel, declarou a um jornal que a situação é "muito difícil" e que "os gregos devem mostrar que eles continuam no caminho acordado".