(Reuters) - A Comissão Mista de Orçamento (CMO) decidiu nesta quinta-feira adiar para agosto a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016 e a presidente da comissão, senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), convocou para o dia 4 de agosto uma reunião de líderes da CMO e para o dia 11 do mesmo mês uma reunião deliberativa do órgão.
O relator da LDO, deputado Ricardo Teobaldo (PTB-PE), apresentou seu relatório na noite de quarta-feira e o adiamento foi decidido em reunião da comissão nesta quinta. O texto de Teobaldo coloca a meta de superávit primário para o ano que vem em 2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), mas o próprio parlamentar admite mudanças neste trecho do texto.
"O relatório está com o percentual que o governo estava projetando. Em agosto, vamos ter dados mais reais e, aí, se faria um adendo", disse ele, segundo a Agência Câmara.
A meta fiscal do governo da presidente Dilma Rousseff para este ano é de um superávit primário equivalente a 1,1 por cento do PIB, mas diante das dificuldades de equilibrar as contas públicas, já há especulações de que esse objetivo pode ser reduzido.
Entretanto, ministros como o do Planejamento, Nelson Barbosa, e da Fazenda, Joaquim Levy, têm evitado tratar do assunto publicamente, assim como Dilma, que afirmou recentemente que o governo fará "todos os esforços" para manter a meta atual.
Ainda assim, o governo segue distante da meta estipulada. Em maio, o governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social) registrou déficit primário de 8 bilhões de reais em maio, desempenho que levou o acumulado no ano a registrar o pior resultado em 17 anos.
Nos cinco primeiros meses deste ano, a economia para pagamento de juros da dívida somou 6,626 bilhões de reais, 65,6 por cento abaixo dos 19,286 bilhões de reais vistos em igual período de 2014.
(Por Eduardo Simões, em São Paulo)