KIEV (Reuters) - A decisão dos separatistas pró-Rússia de adiar eleições locais que a Ucrânia declarou ilegítimas foi bem recebida nesta terça-feira por Kiev, pela União Europeia e por Moscou – padrinha dos rebeldes – como um sinal de progresso no titubeante processo de paz.
Os separatistas declararam que a votação, que haviam marcado para 18 de outubro e 1º de novembro nas duas regiões do leste ucraniano que controlam, agora irá ocorrer em fevereiro próximo, o que pode dar tempo para que se chegue a um meio termo que convenha a todas as partes.
A concessão dos separatistas veio em um momento no qual a Rússia está adotando um tom mais construtivo nas conversas sobre a Ucrânia, de acordo com diplomatas envolvidos na discussão e que afirmam que a Rússia tem influência sobre os rebeldes.
Assim como a retirada de armas leves dos dois lados e os sinais de que o cessar-fogo está sendo cumprido, o adiamento pareceu despertar a esperança cautelosa de que estão sendo feitos esforços genuínos para dar uma chance ao conturbado acordo de paz firmado em Minsk, capital de Belarus, em fevereiro.
Pelo acordo, eleições locais organizadas por Kiev deveriam acontecer em 25 de outubro nas duas regiões rebeladas, assim como no resto do país.
Embora classificando como ilegítimos os planos rebeldes de realizarem seu próprio pleito, Kiev também reconheceu que não será capaz de organizar eleições nesses locais, parte dos quais está fora de seu controle.
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, saudou a decisão dos rebeldes, que para ele fortalece a perspectiva de uma votação organizada pela Ucrânia nas regiões conflagradas em algum momento futuro.
(Por Natalia Zinets e Pavel Polityuk)