CONACRI, Guiné, (Reuters) - O presidente da Guiné, Alpha Conde, suspendeu um leilão para o direito de desenvolver a metade de Simandou, considerado o maior depósito de minério de ferro inexplorado do mundo, que já está atrasado em relação a um cronograma indicado mais cedo neste ano pelo Ministério de Minas do país.
Falando a jornalistas, Conde não deu motivos para a decisão, embora alguns analistas acreditem que a queda acentuada nos preços do minério de ferro e ações judiciais que envolvem o depósito podem ter reduzido o apetite de investidores para o desenvolvimento.
Conde, que está buscando a reeleição em um pleito nacional que acontecerá no domingo, disse que refletiu sobre a política de mineração da Guiné e decidiu suspender os processos de licitação. Ele não disse quando o leilão poderá acontecer.
A Rio Tinto (LONDON:RIO) tem o direito para desenvolver metade do depósito, que pode produzir cerca de 100 milhões de toneladas de minério por ano, mas os direitos da outra metade foram tomados de volta pelo governo no ano passado.
BSGR, a subsidiária de mineração do conglomerado de negócios do bilionário israelita Beny Steinmetz, e a Vale, sua parceira de joint venture, obtiveram os direitos para a segunda parte, mas uma comissão do governo descobriu que a BSGR havia recebido os direitos da administração anterior por meio de corrupção não especificada.
A Vale não foi acusada de infrações.
A BSGR rejeitou as acusações do governo da Guiné e apresentou uma solicitação de arbitragem no Centro Internacional para disputas de investimentos (ICSID, na sigla em inglês).
(Por Saliou Samb)