(Reuters) - A presidente Dilma Rousseff afirmou neste domingo, durante viagem à Suécia, que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, permanece no cargo, após especulações de que deixaria o governo, e reiterou que a CPMF é crucial para que o país volte a crescer.
"O ministro Levy fica", disse a presidente em entrevista coletiva em Estocolmo, na Suécia.
Ao ser questionada sobre declarações do presidente do PT, Rui Falcão, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, de que o ministro deveria deixar o cargo, caso resista a mudanças na política econômica, Dilma disse que a opinião dele não é a do governo.
"A gente respeita a opinião do presidente do PT, até porque ele é o presidente do partido que integra a base aliada, do partido mais importante, mas isso não significa que seja a opinião do governo", afirmou a presidente.
Ainda falando sobre Levy, Dilma negou ter discutido com o ministro em reunião na sexta-feira a possível saída dele do cargo, como chegou a ser noticiado pela coluna Radar, da revista Veja, em sua versão na Internet. E também afirmou que o ministro não falou sobre alguma insatisfação dele no cargo. [nL1N12G2AN]
"Se ele fica, é porque concordamos com a política econômica dele", afirmou a presidente. "Não tinha nenhuma insatisfação dele. Eu não sei como é que saem essas informações, elas são muito danosas", disse.
Segundo Dilma, durante a reunião de sexta-feira, da qual também participaram os ministros da Casa Civil, Jaques Wagner, e do Planejamento, Nelson Barbosa, foram discutidas estratégias para garantir que se aprovem no Congresso Nacional as principais medidas que vão levar ao equilíbrio fiscal.
"Vai ser muito importante que a gente aprove um conjunto de medidas até o final do ano... Uma especificamente: a CPMF", disse a presidente.
"O Brasil precisa aprovar a CPMF para que a gente tenha um ano de 2016 estável do ponto de vista do reequilíbrio das nossas finanças", afirmou a presidente, ressaltando que também está em discussão como aprovar a Desvinculação de Receitas da União (DRU), que permite ao governo remanejar livremente parte do que arrecada, e outras medidas provisórias que integram o ajuste fiscal.
Segundo Dilma, a CPMF é "crucial" para o país voltar a crescer. "Sem a CPMF é muito difícil" que o país alcance o reequilíbrio fiscal e volte a crescer, avaliou.
"É um grau de dificuldade máximo. Nós precisamos estabilizar as contas públicas para que o país volte a crescer, para que se perceba que o Brasil tem uma solidez fiscal", disse.