NOVA YORK (Reuters) - A propagação do Zika vírus possivelmente afetará as ações vinculadas aos setores de turismo e transporte na América Latina no curto prazo, mas ainda não surgiu evidência de um impacto prolongado nos mercados e economias locais, afirmaram analistas do Morgan Stanley (N:MS).
As economias de México e Peru seriam as mais afetadas se o vírus se propagasse por toda a América Latina, algo que a Organização Mundial da Saúde (OMS) teme que aconteça neste ano. O turismo representa quase 9 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em ambos os países.
"A Colômbia, ainda que tenha uma menor exposição turística relativamente ao PIB, depende fortemente dos turistas estrangeiros e portanto poderia ver uma perda maior na receita do turismo", disse o Morgan Stanley em nota.
Em contraste, o Brasil, onde estão a maioria dos casos reportados, estaria entre os menos afetados, uma vez que o turismo representa apenas cerca de 3,5 por cento do PIB.
O vírus tem sido associado a um aumento de malformações congênitas no Brasil, ainda que evidências concretas não tenham sido encontradas até o momento.
As ações mais expostas ao tema provavelmente serão de linhas aéreas, assim como de aeroportos e companhias de aluguel de automóveis, disseram os analistas do Morgan Stanley.
Entre as ações, o Morgan Stanley disse que as linhas aéreas Latam e Gol, assim como o operador aeroportuário Asur são as mais expostas a uma escalada da epidemia. A TAM, uma unidade da Latam, disse na segunda-feira que suas reservas não foram afetadas pelo vírus.
Para o banco, o registro de um crescimento importante nas mortes relacionadas com o vírus e a confirmação de que ele pode ser transmitido entre pessoas poderiam fazer com que um impacto fosse prolongado.
"Esses dois fatores combinados podem levar a um significativo isolamento da população e potencialmente ter um impacto negativo importante na economia e no mercado", disse o banco.
(Por Rodrigo Campos)