LOS ANGELES (Reuters) - Apesar de todas as suas diferenças, "O Filho de Saul", um drama angustiante sobre o Holocausto, e "Mustang", que conta uma história de passagem à maturidade, e que são os favoritos ao Oscar de melhor filme estrangeiro este ano, situam seus personagens em um mundo claustrofóbico de escolhas dramáticas.
Para László Nemes, diretor de "O Filho de Saul", e Deniz Gamze, que dirigiu "Mustang", uma vitória no Oscar no domingo marcaria uma conquista especialmente significativa, já que os dois filmes são suas estreias em longa-metragens.
Em "O Filho de Saul", o protagonista é um detento do campo de concentração de Auschwitz que arrisca a vida para tentar realizar um enterro judeu apropriado para um garoto que ele acredita ser seu filho.
Como membro dos Sonderkommandos, prisioneiros condenados que recebem tratamento preferencial durante algum tempo, Saul pode ser executado por qualquer passo em falso.
O húngaro-francês Nemes mostra o Holocausto através de uma série contínua de cenas em close de Saul, enquanto ele realiza a tarefa medonha de conduzir os detidos à morte e recolher seus corpos para o crematório, tudo isso enquanto tenta encontrar uma maneira de enterrar o garoto.
"Ao estreitar o campo de visão, eu realmente quis contar mais com a imaginação do espectador, não lhe dizer o que pensar ou o que sentir", disse à Reuters Nemes, de 39 anos, que vem de uma família com parentes que morreram no Holocausto.
O destino das cinco irmãs órfãs em "Mustang", produção do diretor turco-francês Ergüven, é bem menos desolador, embora suas opções de vida sejam profundamente limitadas no vilarejo turco conservador em que vivem.
Depois de serem vistas brincando com alguns meninos na praia, a avó e um tio das garotas as prendem em uma casa instalando barras de ferro nas janelas. Em seguida seus captores começam a arranjar o casamento das jovens.
À medida que fica claro que o tio vem abusando sexualmente de pelo menos duas delas, a irmã caçula planeja uma fuga para Istambul.
"O Filho de Saul", candidato oficial da Hungria, já conquistou um Globo de Ouro, vários prêmios de críticos nos Estados Unidos e um troféu no Festival Internacional de Cinema de Cannes.
"Mustang", o candidato francês, também se saiu bem em Cannes e no circuito de premiações da Europa.
No domingo, eles competirão com o colombiano "O Abraço da Serpente", o jordaniano "Theeb" e o dinamarquês "Guerra". OLBRENT Reuters Brazil Online Report Entertainment News 20160226T154536+0000