RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - O setor de serviços brasileiro continuou mostrando forte retração em fevereiro, afetado sobretudo pela atividade de informação e comunicação, sem dar sinais de recuperação em meio às crises econômica e política que debilitam a confiança.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta quarta-feira que o volume do setor de serviços recuou 4,0 por cento em fevereiro na comparação com o mesmo mês do ano anterior, pior resultado para o mês na série iniciada em 2012.
Em meio às necessidades de cortes de gastos dos consumidores em geral diante do aumento do desemprego e da queda da renda, esse foi o 11º recuo seguido da taxa, após o setor ter recuado 5 por cento em janeiro e em dezembro, sempre na base anual.
"Por conta do efeito renda, as famílias estão cortando serviço de telefonia e TV por assinatura para adequar seus orçamentos", disse o coordenador do IBGE Roberto Saldanha.
Em fevereiro destacou-se a queda de 5,3 por cento no volume total da atividade de serviços de informação e comunicação sobre o mesmo mês de 2015, com impacto negativo de 2,2 pontos percentuais na taxa.
Também pesou o recuo de 4,3 por cento dos serviços profissionais, administrativos e complementares.
O IBGE informou ainda que o volume do chamado agregado especial e Atividades turísticas, item à parte por repetir serviços já avaliados em outras atividades, registrou alta de 1,3 por cento em fevereiro sobre o mesmo mês do ano passado, segunda alta seguida.
As indicações para o setor de serviços em março ainda sinalizam para quadro de contração da atividade e baixa confiança.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) aponta que a contração do setor de serviços brasileiro mostrou ligeira moderação em março após de ter alcançado a mínima histórica da pesquisa, enquanto o Índice de Confiança de Serviços da Fundação Getulio Vargas (FGV) registrou leve alta.
(Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira)