Ano difícil: brasileiros conseguem poupar cada vez menos (Rafael J M Souza/Flickr)
SÃO PAULO – A poupança, a aplicação mais popular do Brasil, encerrou maio com saldo líquido (depósitos menos aplicações mais rendimentos) de R$ 492,9 bilhões. Trata-se do menor patamar desde junho de 2014, quando o valor era de R$ 490,2 bilhões, segundo o Banco Central. Esta foi a quinta queda mensal consecutiva.
Outra coisa que chama a atenção é a velocidade da deterioração da poupança. Nos cinco primeiros meses deste ano, a captação líquida (depósitos menos saques) apresentou um rombo de R$ 31,9 bilhões, ante R$ 29 bilhões negativos no mesmo período do ano passado. Isso significa que, em 2016, o saque médio mensal passou de R$ 5,8 bilhões para R$ 6,4 bilhões na comparação. Quando se considera todo o ano de 2015, os brasileiros sacaram, em média, R$ 4,2 bilhões por mês da poupança.
O recuo é causado, basicamente, por dois motivos. De um lado, os poupadores de maior renda têm migrado para aplicações mais rentáveis, já que a poupança está perdendo da inflação. De outro, a população de menor renda vem sacando seus recursos para cobrir dívidas e tocar o dia a dia, diante da recessão, do aumento de preços e da queda do poder aquisitivo.