Pequim, 5 jan (EFE).- O Governo chinês pediu hoje à União
Europeia que "respeite seu sistema judiciário" e mostrou "grande
descontentamento" pela condenação de Bruxelas à execução do cidadão
britânico Akmal Shaikh na semana passada.
"Esperamos que a UE tome medidas concretas para salvaguardar a
boa situação das relações bilaterais", destacou em entrevista
coletiva a porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores chinês,
Jiang Yu, na primeira mensagem de Pequim à UE em 2010.
Já na semana passada, o Governo chinês criticou a condenação do
Reino Unido à execução (a primeira de um cidadão europeu na China em
58 anos), e hoje Jiang voltou a dirigir-se também a Londres.
"Trata-se de um caso criminoso individual no qual as duas partes
(China e Reino Unido) podem ter opiniões distintas, mas deve ser
seguido o princípio de respeito mútuo e evitado qualquer dano às
relações", ressaltou a porta-voz.
Jiang voltou a assinalar, como na semana anterior, que no caso de
Akmal Shaikh, condenado a morte por posse de quatro quilos de
heroína, a China atuou "de acordo com a lei" e respeitando os
direitos do réu.
Governos, ONGs como a Anistia Internacional e as Nações Unidas
fizeram duras críticas à execução de Shaikh, cuja defesa sustentava
que padecia transtornos mentais.
O comunicado oficial do bloco europeu também destaca que a UE
"está convencida" de que a abolição da pena de morte "é uma parte
integral" do respeito e da proteção dos direitos humanos. EFE