SÃO PAULO (Reuters) - Os preços do milho passaram a cair com força nesta semana, especialmente no Paraná e no Centro-Oeste, com o desenvolvimento da colheita e compradores mais retraídos, adquirindo o produto apenas em volumes suficientes para a demanda de curto prazo, apontou nesta sexta-feira o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Após preços recordes que apertaram as margens de criadores de carnes de aves e suínos e de indústrias de carnes, a saca do milho em algumas regiões chegou a cair 10 reais em uma semana, queda tão expressiva que chegou a travar novos fechamentos de negócios, afirmou em análise o Cepea, da Universidade de São Paulo (USP).
"O ritmo de negócios, contudo, está baixo e envolvendo lotes pequenos, o que mostra que o mercado está em busca de um patamar de equilíbrio", completou o Cepea.
Nesta semana, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, disse que o abastecimento de milho no país está se normalizando. Ele citou o avanço da colheita e também o redirecionamento de milho, antes contratado para a exportação, ao mercado interno.
Enquanto compradores estão adquirindo dentro da necessidade, vendedores querem aproveitar os patamares ainda elevados de preços para escoar a produção.
"Com o avanço da colheita do milho segunda safra no Centro-Sul do país, aos poucos, a disponibilidade interna do cereal vem crescendo. Com isso, praticamente pela primeira vez no ano, compradores encaram melhores oportunidades de negociação e conseguem exercer pressão", afirmou o Cepea.
Produtores capitalizados, contudo, ainda são mais resistentes, segundo o centro da USP.
No spot do milho, entre 9 e 16 de junho, houve baixa de 2,8 por cento no mercado de balcão (preço recebido pelo produtor) e de 5,9 por cento no de lotes (negociação entre empresas).
Na região de Campinas (SP), representada pelo Indicador Esalq/BM&FBovespa, os valores caíram 3 por cento no correr desta semana, passando para 51,95/saca de 60 kg na quinta-feira.
(Por Roberto Samora)