Investing.com - Os investidores brasileiros acordaram – se é que dormiram – com a surpreendente notícia da eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, contrariando as pesquisas que apontavam até a tarde de ontem uma vitória relativamente fácil da candidata democrata Hillary Clinton.
A expectativa é de um dia de fortes baixas no mercado com o forte mau humor do mercado exterior retirando recursos de ativos de risco, como ações, commodities e países emergentes. No pano de fundo está a retórica protecionista e inconsistente de Trump para a economia e os tratados comerciais dos EUA, defendendo aumento de impostos de importação e a revisão de importantes acordos como a Nafta.
A bolsa brasileira mostrou na última semana uma relação direta entre o desempenho do principal índice com a expectativa em relação a eleição dos EUA. Na semana passada, o Ibovespa cedeu 4% com a notícia de que o FBI reabriu uma investigação sobre o uso de servidor privado de e-mail da candidata democrata, o que prejudicou a campanha nos últimos momentos.
O pessimismo só cedeu no final de semana, com a notícia de que o FBI não achou indícios para indiciar Hillary Clinton, confirmando a investigação anterior. O Ibovespa subiu 4% na segunda-feira e estabilizou com +0,15% ontem na expectativa de vitória da democrata.
A realidade de uma vitória de Trump que veio se consolidando com o avanço em estados-chave nos EUA, entre eles Flórida, Ohio e Carolina do Norte, derrubou as bolsas asiática, especialmente o Nikkei que afundou -5,36%.
A Europa manteve o tom negativo com perdas de -0,87% no alemão DAX, -0,99% no CAC 40 francês e -0,13% no FTSE 100, no Reino Unido.
Os futuros dos principais índices norte-americanos apontam para uma abertura em forte queda nesta quarta-feira de ressaca no mercado financeiro. Futuros do Dow perdem -1,64%, enquanto os do S&P 500 caem -1,76% e o Nasdaq 100 recua -2,20%.