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Economia do Brasil crescerá 7,5% em 2010, segundo o FMI

Publicado 06.10.2010, 15:27
Atualizado 06.10.2010, 15:49

(Atualiza com declarações de um funcionário do FMI).

Washington, 6 out (EFE).- A economia brasileira seguirá sendo o principal motor da recuperação na América Latina em 2010, com crescimento de 7,5%, enquanto, em 2011, deve arrefecer um pouco e crescer 4,1%, como estimou hoje o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em seu relatório semestral Perspectivas Econômicas Mundiais, publicado hoje, o FMI melhora as previsões de crescimento do país para este ano, que superam em 0,04% os calculados em julho (7,1%), quando o organismo efetuou uma revisão para cima do que havia previsto em abril (5,5%).

Por outro lado, o crescimento previsto para 2011, de 4,1%, é 0,01% inferior ao projetado em abril. O FMI destacou a "robusta recuperação" registrada no bloco de países que lideram o crescimento na América Latina, liderado pelo Brasil e formado também por Chile, Colômbia e Peru.

Atribui essa recuperação às "impressionantes melhorias" nas políticas macroeconômicas ao longo das duas últimas décadas, além de uma política monetária flexível, ao fácil acesso ao financiamento externo e aos elevados preços das matérias-primas.

O organismo rebaixou a previsão de aumento do IPC do país, que crescerá 5% em 2010 - 0,04% menos do calculado em julho - e 4,6% em 2011.

Com relação ao desemprego, os analistas do Fundo preveem que o índice será de 7,2% neste ano e de 7,5% no ano seguinte.

A conta corrente brasileira seguirá acumulando déficit de 2,6% do PIB em 2010, e de 3% em 2011, em contraste com os balanços positivos de alguns de seus vizinhos da região, como Argentina, Venezuela e Bolívia.

Para minimizar os riscos de valorização da divisa, o organismo dirigido por Dominique Strauss-Khan recomenda uma maior austeridade fiscal no país, que ajudará reduzir "a vulnerabilidade derivada da dívida pública".

Em entrevista coletiva posterior à apresentação do relatório, o economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, indicou que o Brasil, como outros países emergentes, devem buscar o equilíbrio externo, deixando que suas moedas se apreciem frente às dos países desenvolvidos.

Os crescentes fluxos de capital que os países emergentes estão recebendo tendem a reequilibrar a situação, pois exercem pressão para que ocorra uma valorização das divisas.

Blanchard alertou para o perigo de os países "fecharem as portas" ou controlarem a entrada de capital para evitar a valorização da moeda.

O recomendável para o Brasil e para outros países, disse, é "dirigir este fluxo para onde for mais útil, para não provocar a criação de uma bolha financeira, como vimos no passado".

O Brasil deu sinal verde, na semana passada, a uma medida para aumentar em 4% o imposto aplicado por investidores estrangeiros que compram bônus locais com o objetivo de frear o empurrão de sua moeda. EFE

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