Genebra, 1 jun (EFE).- Em crise devido ao recente escândalo das apostas e manipulação de resultados que levou à prisão de jogadores e ex-jogadores, o futebol italiano ganhou mais um sinal de preocupação nesta sexta-feira, desta vez em campo: a seleção três vezes campeã do mundo perdeu por 3 a 0 para a Rússia em um amistoso disputado no estádio Letzigrund, em Zurique, no qual mostrou muita fragilidade.
Kerzhakov, e Shirokov, duas vezes, foram os autores dos gols da vitória da seleção russa, todos marcados no segundo tempo.
A Itália se mostrou nula no ataque, com Balotelli e Cassano muito afastados de Pirlo, e sua defesa teve uma performance alarmante, dando aos russos a oportunidade de conseguir um placar elástico sem precisar de muito esforço.
O futebol demonstrado não foi dos melhores, provavelmente por causa das questões extra-campo que cercam a 'Azzurra' nos últimos dias, principalmente após o lateral Criscito ter sido levado da concentração da seleção pela polícia, que investiga sua suposta relação com o caso de manipulação de resultados.
Horas antes da partida, Cesare Prandelli, técnico da Itália, causou polêmica ao dizer que "se nos dissessem pelo bem do 'calcio' que é melhor que a Itália não participe da Eurocopa, por mim não existiria problema".
As declarações, que caíram como uma bomba entre torcedores e meios de italianos, provocaram manifestações do primeiro-ministro Mario Monti, que se disse a favor de parar o futebol no país por dois ou três anos para fazer uma "limpeza".
O jogo desta sexta foi o primeiro e o único da preparação da 'Azzurra' antes de sua estreia na Eurocopa, contra a Espanha, no dia 10. A Itália também faria um jogo preparatório contra Luxemburgo, em Parma, mas ele foi adiado por causa do terremoto que assolou a região de Emilia Romagna.
As vítimas do tremor foram homenageadas com um minuto de silêncio antes da partida de hoje, que deixou a sensação de que os comandados de Cesare Prandelli têm que melhorar muito se quiserem se classificar no grupo C, pelo qual também enfrentarão Croácia e Irlanda.
Na primeira etapa, a Rússia dominou a partida, mas perdeu várias chances com Shirokov, incapaz de bater Gianluigi Buffon. O goleiro manteve o placar em branco e foi substituído no intervalo por De Sanctis, que não esteve em uma tarde feliz.
A Itália apostou desde o início nos contra-ataques, mas só as jogadas isoladas de Balotelli levavam algum tipo de perigo.
O brasileiro naturalizado italiano Thiago Motta entrou no segundo tempo, quando Prandelli resolveu mexer em toda a base de sua equipe.
Os russos, que estão no grupo A, junto com República Tcheca, Polônia e Grécia, também não mostraram um grande futebol e estiveram longe do nível da Eurocopa de quatro anos atrás, na qual perderam apenas na semifinal para a Espanha.
No entanto, marcaram três gols que serviram para mostrar que a equipe de Arshavin, Pavliuchenko e Zhirkov pode chegar longe novamente.
Ficha técnica:.
Rússia: Malafeev (Akinfeev); Ignashevich, Denisov, Zirianov e Berezutskiy; Dzagoev (Kokorin), Kerzhakov (Pavliuchenko), Nababkin e Zhirkov (Kombarov); Shirokov e Arshavin. Técnico: Dick Advocaat.
Itália: Buffon (De Sanctis); Bonucci, Barzagli, Maggio e Balzaretti (Ogbonna); Montolivo (Nocerino), De Rossi (Thiago Motta), Pirlo (Di Natale), Cassano (Giovinco) e Balotelli. Técnico: Cesare Prandelli.
Gols: Kerzhakov, Shirokov (2).
Árbitro: Nikolaj Hanni (Suíça). EFE