Por Michelle Nichols
NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - O enviado da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Oriente Médio, Nickolay Mladenov, alertou nesta segunda-feira que é necessária uma solução até sexta-feira para a crise na mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, que ele disse representar um risco de "custos catastróficos bem além dos muros da Cidade Velha".
O governo de Israel instalou detectores de metal em pontos de entrada da mesquita depois que dois policiais foram mortos a tiros em 14 de julho, provocando os confrontos mais violentos entre israelenses e palestinos nos últimos anos.
Indignados pelo que dizem ser uma violação dos delicados acordos de décadas para o acesso ao local, o terceiro mais sagrado para os muçulmanos, muitos palestinos têm se recusado a passar pelos detectores e realizam suas orações na rua, além de protestarem às vezes com violência.
"É extremamente importante que uma solução para a atual crise seja encontrada até sexta-feira", disse Mladenov a repórteres, após apresentar um relatório da situação ao Conselho de Segurança da ONU em reunião a portas fechadas. "Os perigos no terreno irão aumentar se nós passarmos por outro ciclo de orações de sexta-feira sem uma solução".
O enviado também alertou que a crise não é um fato isolado.
"Tem o potencial de ter custos catastróficos bem além dos muros da Cidade Velha, bem além de Israel e Palestina, bem além do próprio Oriente Médio", disse Mladenov.
Os 15 membros do Conselho de Segurança se encontraram para discutir a crise na mesquita a pedido de Suécia, França e Egito.
O vice-embaixador sueco na ONU, Carl Skau, escreveu no Twitter após o encontro que os membros do Conselho "concordaram com a necessidade de redução das tensões, condenação da violência e diálogo urgente para acalmar as tensões em Jerusalém".
A violência começou na sexta-feira, quando as forças de segurança israelenses mataram a tiros três manifestantes, de acordo com médicos palestinos. A polícia israelense diz que está investigando a acusação.
No mesmo dia, um palestino esfaqueou três israelenses na Cisjordânia ocupada, após prometer no Facebook que pegaria sua faca para responder ao "chamado de Al-Aqsa".
(Reportagem de Riham Alkousaa)