Por Steve Scherer
ROMA (Reuters) - A Itália permitirá que o navio de sua Guarda Costeira com 177 imigrantes que resgatou cinco dias atrás atraque na Sicília, encerrando um impasse com Malta, disse seu ministro dos Transportes nesta segunda-feira, mas não ficou claro quando e se os imigrantes poderão desembarcar.
A Comissão Europeia também disse que está trabalhando em uma solução para dividir os imigrantes a bordo do Diciotti com parceiros italianos na União Europeia depois de receber uma solicitação de Roma no dia anterior.
"O navio Diciotti atracará em Catânia", informou o ministro dos Transportes, Danilo Toninelli, no Twitter, sem especificar quando. "Agora a Europa deve se apressar para fazer sua parte".
Mas pouco depois, fontes do Ministério do Interior disseram que o titular da pasta, Matteo Salvini, ainda não autorizou a embarcação a aportar. Ele espera garantias de que os imigrantes irão para outro local. Segundo as fontes, eles não desembarcarão antes disso.
Desde que tomaram posse, em junho, Salvini e Toninelli adotaram uma postura mais rígida quanto à acolhida de navios em portos italianos em um momento de sentimento anti-imigração crescente na Itália.
O Diciotti recolheu 190 imigrantes de um barco superlotado em alto mar na quarta-feira. A Guarda Costeira levou 13 deles para a Itália para receberem tratamento médico de emergência, mas ao invés de conduzir o restante para terra firme o Diciotti permaneceu em águas internacionais, e Roma insistiu que Malta deveria recebê-los porque o barco passou primeiro por sua área de busca e resgate.
Mas Malta disse que os imigrantes recusaram sua ajuda porque queriam ir à Itália. No domingo Toninelli disse que a pequena ilha-nação deveria ser sancionada por não realizar o resgate.