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As 5+ e 5- do Ibovespa em julho

Publicado 01.08.2018, 00:57
Atualizado 01.08.2018, 09:57
© Reuters.  As 5+ e 5- do Ibovespa em julho
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Money Times - Após dois meses de queda, o Ibovespa terminou julho com uma expressiva valorização de 8,75%, aos 79.220 pontos. No ano, o índice tem variação positiva de 3,57%. O mês foi marcado pelo final da Copa do Mundo e o maior foco sobre as eleições presidenciais de outubro. As convenções partidárias já começaram e as alianças já começam a ser construídas.

Além disso, como ressalta a equipe do BB Investimentos, o ambiente externo tornou-se mais favorável aos mercados emergentes, o que ajudou a tirar o foco do cenário adverso no mercado interno após a greve dos caminhoneiros.

“Em um mundo cujo crescimento ainda se mantém consistente e com taxas de juros em níveis historicamente baixos (principalmente na Zona do Euro e Japão), a retomada do capital estrangeiro pode ganhar força no segundo semestre, a exemplo do fluxo observado no inicio do ano e, mais recentemente, em julho, na medida em que melhore a visibilidade sobre a corrida eleitoral”, ressaltam os analistas Fabio Cesar Cardoso e Victor Penna.

As 5-

Embraer (SA:EMBR3): -22,13%

As ações da Embraer tiveram o pior desempenho do Ibovespa em julho com uma forte queda de 22,13%. Os papéis têm enfrentado forte volatilidade desde o anúncioda entrada da Boeing em sua divisão de aviação comercial em uma joint venture com 80% para a americana e 20% para a brasileira. A transação avalia 100% das operações de aviação comercial da Embraer em US$ 4,75 bilhões, o que leva ao pagamento pela Boeing do valor de US$ 3,8 bilhões pela sua participação. Apesar de muito aguardada pelo mercado, a notícia não trouxe ânimo adicional para os investidores.

As incertezas relacionadas à operação somaram-se ao prejuízo de R$ 467 milhões no segundo trimestre de 2018, o que representou uma expressiva queda em comparação ao lucro de R$ 200,9 milhões vistos no mesmo período do ano anterior. A receita líquida no período chegou a R$ 4,533 bilhões, apresentando 20% de queda em relação ao ano anterior em função de um menor número de entregas.

Ultrapar (SA:UGPA3): -11,67%

Segundo um relatório publicado nesta semana pelo BTG Pactual (SA:BPAC11), investir na Ultrapar é uma aposta de que ela irá recuperar seu status de ações premium, enquanto trabalha para consertar a execução e soluços estratégicos responsáveis pela recente queda nos lucros. A recomendação é de venda e o preço-alvo calculado é de R$ 42.

O Bradesco BBI também destaca a Ultrapar como a menos preferida entre as três com a indicação neutra e preço-alvo de R$ 48. “A Ultrapar está passando por um período de ajustes estratégicos positivos que devem permitir à Ipiranga recuperar a sua participação de mercado a longo prazo. No entanto, a curto prazo, vemos esse período de transição tendo um impacto sobre o crescimento”, conclui.

Cielo (SA:CIEL3): -11,42%

A Cielo continua a sofrer com os efeitos da concorrência. Além de lidar com a notícia de que a Redecard, do Itaú Unibanco (SA:ITUB4), lançou a sua maquininha “Pop”, apresentou um resultado no segundo trimestre que deixou mais evidente o efeito da concorrência sobre as suas operações.

O Credit Suisse cortou o preço-alvo para as ações após o balanço que foi considerado “muito negativo” pelo banco. A equipe de analistas manteve a recomendação neutra e alterou a estimativa para os papéis de R$ 20 para R$ 17. “A desaceleração abrupta nos volumes de cartões, impulsionada por perdas substanciais de participação de mercado, foi o principal destaque negativo. Em outros termos, o fato de a empresa ter perdido 8% de seus clientes em um único trimestre é alarmante”, avalia o banco.

Vivo (SA:VIVT4): -8,84%

O Credit Suisse cortou nesta semana o preço-alvo para as ações da empresa de R$ 52,50 para R$ 46,00. Na visão dos analistas do banco suíço, a maior operadora de telefonia móvel do país deve ter nova queda na receita mensal por cliente, o que deve pesar no crescimento do faturamento. A estimativa é que cerca de metade das receitas de serviço móvel da Vivo venha dos clientes do segmento pós-pagos de ponta.

“Clientes no segmento de ponta com planos de 6 GB um ano atrás agora são capazes de reduzir suas contas em 25 por cento e ainda receberem mais do que o dobro dos GBs que tinham. Acreditamos que essa é uma boa proxy do quanto o Arpu no segmento pode diminuir à medida que os clientes atualizam gradualmente seus planos”, afirmou a equipe liderada por Daniel Federle, não descartando uma queda maior.

Copel (SA:CPLE6): -6,65%

Com os resultados esperados para 9 de agosto, os ativos da Copel recuaram 6,65% em julho.

As 5+

Gol (SA:GOLL4): +36,46%

As ações da Gol reagiram bem ao anúncio da encomenda de compra de novos aviões. Além disso, o Goldman Sachs iniciou a cobertura dos ativos, com recomendação neutra, mas enxergando possibilidade de empresa elevar preços de passagens aéreas em 2019.

A empresa anunciou contrato para compra de mais 15 jatos Boeing 737-MAX 8 e a conversão de 30 pedidos atuais do modelo MAX 8 para 737 MAX 10, garantindo uma capacidade adicional de 30 assentos.

Eletrobras (SA:ELET3): +32,24%/ (SA:ELET6): +31,34%

A Eletrobras continua em seu rumo de privatização com a venda de suas distribuidoras. A primeira a ser leiloada foi a Cepisa, arrematada pela Equatorial (SA:EQTL3). O leilão de outras quatro distribuidoras, do Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima, está previsto para o dia 30 de agosto, enquanto a negociação da empresa que atua no Alagoas, a Ceal, ainda não tem data devido a uma liminar do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), que proibiu a venda da companhia após ação movida pelo governo alagoano.

Santander (SA:SANB11): +26,10%

O balanço do Santander no segundo trimestre de 2018 foi muito bem recebido pelos analistas do mercado. A equipe de análise do Bradesco (SA:BBDC4) elevou a recomendação para as units de venda para neutra, com um novo preço-alvo de R$ 38 (contra R$ 32 anteriormente). O analista Rafael Frade ajustou em 6% e 12% as estimativas de lucro para 2018 e 2019, respectivamente.

Segundo a análise, o Santander tem reportado uma “inegável” melhoria em suas operações, expandindo a sua rentabilidade ao redor dos 15% em 2014 para 20% no segundo trimestre de 2018.

Gerdau (SA:GGBR4): +23,63%

Com os resultados esperados para 8 de agosto, a Gerdau deve apresentar bons resultados no segundo trimestre e “com risco de surpresa positiva”, conforme argumenta o XP Investimentos. A corretora espera um Ebitda de R$ 1,5 bilhão, sustentado pelas operações americanas, com rumo ao Ebitda de R$ 6,1 bi para 2018.

Na visão do braço de investimentos do Itaú , a aposta é que no trimestre é que o EBITDA da companhia cresça pelo menos 40%, para R$ 1,6 bilhão, impulsionado pelas maiores margens dos Estados Unidos, pelo fortalecimento do dólar e pelo cenário econômico e político brasileiro.

O relatório, assinado por Marcos Assumpção, reiterou a recomendação outperform no ativo, com preço-alvo de R$ 20. Entre todas as empresas do setor de siderurgia brasileiro, a Gerdau segue como principal escolha do banco.

Por Money Times

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