Por Omar Fahmy e Ulf Laessing
CAIRO (Reuters) - A Autoridade Palestina cortou todas as relações com os Estados Unidos e Israel, incluindo as relacionadas à segurança, depois de rejeitar um plano de paz no Oriente Médio apresentado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, disse o presidente palestino, Mahmoud Abbas, neste sábado.
Abbas foi ao Cairo para participar de encontro da Liga Árabe, que apoiou os palestinos na rejeição do plano de Trump.
A proposta, apoiada pelo premiê israelense, Benjamin Netanyahu, prevê a criação de um Estado palestino desmilitarizado que não inclui os assentamentos israelenses construídos em território ocupado e que estão quase que totalmente sob controle militar de Israel.
"Informamos o lado israelense...que não haverá relações com eles e com os EUA, incluindo as de segurança", disse Abbas durante a reunião da Liga Árabe convocada para discutir o plano de Trump.
Representantes de Israel não comentaram o assunto.
Israel e forças de segurança da Autoridade Palestina há muito tempo têm cooperado no policiamento de áreas da Cisjordânia ocupada que estão sob controle palestino. A Autoridade Palestina também tem acordos de cooperação de inteligência com a agência norte-americana de espionagem, CIA, que continuaram mesmo depois que os palestinos começaram a boicotar os interesses dos EUA sobre um suposto plano de paz em 2017.
Abbas também disse que se recusa a discutir o plano com Trump por telefone ou receber uma cópia para estudá-lo.
"Trump pediu para eu falar com ele por telefone mas eu disse 'não', e ele disse que queria me mandar uma carta...mas eu recusei."
Abbas afirmou que não quer que Trump possa dizer depois que ele, Abbas, foi consultado sobre o plano. O presidente da Autoridade Palestina também reiterou sua "completa" rejeição ao plano de Trump, apresentado na terça-feira.
(Por Omar Fahmy, Ulf Laessing, Rami Ayyub, Nidal al-Mughrabi e Dan Williams)