Investing.com – As ações da Azul (BVMF:AZUL4) desabavam mais de 20% no pregão desta quinta-feira, 29, após notícias de que a companhia aérea busca opções para sua dívida enquanto negocia com a Gol (BVMF:GOLL4). Às 14h36 (de Brasília), os papéis recuavam 23%, a R$5,55, atingindo mínima histórica.
De acordo com a Bloomberg Línea, enquanto trabalha com o Citi, que atua como consultor para possível contrato de fusão com a Gol, a Azul avalia outras opções para cumprir suas dívidas, como pedido de proteção contra credores nos Estados Unidos (Chapter 11). Outra opção seria emissão de novas dívidas por meio da unidade de carga, ainda conforme apuração da rede de notícias global.
Se o Chapter 11 ocorrer de fato, a Azul seguiria a Gol, que entrou com pedido para lidar com passivos de mais de US$ 2,7 bilhões no curto prazo, além de outras companhias aéreas como a Avianca, Latam Airlines e Grupo Aeromexico. Os problemas financeiros das empresas começaram com a pandemia de covid-19, que afetou as operações e as receitas das viagens.
“Ainda que este fato não seja novidade dado que a natureza do negócio da companhia lhe urge a sempre estar buscando melhores opções para o pagamento do seu passivo, preocupa as novas condições que a empresa pode encontrar neste momento para se refinanciar dado o estágio atual do câmbio, preços de QAV e sua alavancagem, que atingiu 4,5x no 2T24”, esclarece a Ativa Investimentos.
A Ativa lembra que houve negociações para a dívida no ano passado e acredita que, além da renegociação com os lessores, entre as alternativas estariam um follow-on e a aceleração das conversas com a Gol.
Com a aprovação no Senado de R$5 bilhões para as aéreas através de fundo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Ativa entende que a Azul, assim como outras companhias, deve acessar os recursos do fundo após a sanção, o que tende a ocorrer nas próximas semanas. “A captura de parte deste valor não deve limitar a busca de Azul pelas demais opções de refinanciamento de sua dívida”, ressalta a Ativa.
Azul responde em comunicado
A companhia afirmou que a notícia da Bloomberg foi mal interpretada e que a companhia desenvolveu um novo plano estratégico para melhorar a estrutura de capital e posição de liquidez.
“A companhia está em negociações ativas com seus principais stakeholders para melhorar a estrutura de capital acordada no plano de otimização de capital do ano passado. Em linhas gerais, os stakeholders estão demonstrando apoio e as negociações estão avançando na direção de melhores resultados para todas as partes”, destacou a empresa no documento.
A Azul disse ainda que possui capacidade extra de captação de recursos por meio da Azul Cargo de até US$ 800 milhões, e que outras fontes de liquidez estariam disponíveis, como os liberados pelo Congresso.
“Além disso, como já anunciado, a companhia continua discutindo com a Abra para explorar possíveis parcerias ou simulações de negócios relacionados à GOL. Até os dados atuais, ela não celebrou ou formalizou um acordo, vinculante ou não”, completou a Azul.