Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - O primeiro trimestre da B3 (SA:B3SA3) mostrou resultados positivos da estratégia de diversificação de receitas da empresa, segundo o Bank of America (NYSE:BAC) (BofA). Porém, o banco afirma que os números apresentados indicam uma tendência mais fraca no próximo trimestre.
Às 14h33, as ações da B3 caíam 2,27%, a R$ 11,63.
O lucro líquido da B3 chegou a R$ 1,4 bilhão, um recuo de 7% sobre o 1T21, mas ainda assim, acima das expectativas do BofA. O Banco explica que esse resultado é consequência de ganhos financeiros, dos resultados operacionais fracos e das maiores receitas de dados e serviços, causados pela inclusão da Neoway nos números da empresa.
O Ebitda ficou em R$ 1,7 bilhão, queda anual de 15%, resultando em uma margem Ebitda de 74,6%. Isso seria um reflexo de um Opex maior e também da Neoway, que causou uma perda de R$ 18 milhões no Ebitda.
As negociações abaixo do esperado foram parcialmente compensadas pelas fortes receitas de tecnologia, dados e serviços, que subiram 33% no ano, considerando a Neoway e os ajustes inflacionários. Mas ainda assim, as receitas totais reduziram 5% na comparação anual.
O BofA destaca especialmente a contração de 10% nas receitas listadas, com as ações ADTV e FICC ADV abaixo do esperado, assim como as receitas de infraestrutura para financiamento que caíram na mesma proporção, impactadas pelas vendas de veículos menores.
A B3 também apresentou a revisão do seu guidance, para considerar a inclusão dos números da Neoway nos seus demonstrativos financeiros. As despesas com novos negócios, capex e opex, passarão a ser de R$ 585-665 milhões, contra os R$ 380-440 milhões anteriores. O D&A espera é de de R$ 1.050-R$ 1.130 milhões, ante R$ 990 milhões-1.045 milhões, enquanto as despesas vinculadas à receita agora serão de R$ 265-325 milhões, acima dos R$ 255-305 milhões prévios.
O BofA acredita que a B3 possa se beneficiar do aumento da volatilidade antes das eleições presidenciais no segundo semestre, apesar dos resultados fracos do 1T22. O BofA mantém a sua indicação de compra sobre as ações da B3, com preço-alvo de R$ 19.