Por Gabriel Codas
Investing.com - As ações do Banco do Brasil (SA:BBAS3) operam com perdas maiores do que o Ibovespa na tarde desta quarta-feira. O banco estatal irá divulgar amanhã, antes da abertura do mercado, os resultados do primeiro trimestre.
O mercado não espera números positivos para instituição, assim como dos outros bancos, uma vez que o setor enfrenta queda nas receitas de serviços e aumento de provisões para enfrentar um possível aumento da inadimplência com a crise provocada pelas medidas de combate ao coronavírus.
Por volta das 16h30, as perdas eram de 3,38% a R$ 26,86, enquanto o Ibovespa registrava baixa de 0,40% a 79.156 pontos.
Estimativas
A mediana dos analistas de mercado para o maior banco público do país aponta para um lucro líquido por ação de R$ 1,59, sendo que um ano antes o resultado foi de R$ 1,48, em linha com o esperado. Já nos três últimos meses de 2019, o montante foi de R$ 1,65, acima dos R$ 1,64 esperados.
Para as receitas, o consenso é de um total de R$ 22,17 bilhões no primeiro trimestre, contra R$ 19,59 bilhões de 12 meses atrás. Entre outubro e dezembro do ano passado, o faturamento da companhia foi de R$ 22,81 bilhões, menor do que os R$ 23,55 milhões de expectativa.
A exemplo dos outros bancos, a XP Investimentos espera um trimestre inferior ao anterior em termos de lucro, mas ainda bom para o Banco do Brasil. A equipe acredita que a dinâmica de crédito, inadimplência e margem financeira devem vir positivas, impulsionadas por dois primeiros meses e meio sem crise; pela expansão da carteira de grandes empresas no início da crise, uma vez que o mercado de capitais está sem demanda; pelos ganhos de tesouraria por marcação a mercado de títulos pré-fixados que se beneficiam da queda de juros; e pela menor despesa de captação devido à queda na SELIC.
Os analistas acreditam que, em se tratando de gastos, os dados devem vir em linha com o último trimestre, uma vez que a redução causada por menores provisões operacionais já apresentada deve ser compensada pelos gastos com o fundo de pensão. Por fim, acreditam que o grande destaque do trimestre será a expansão das provisões, que devem antecipar eventual aumento de inadimplência.
O BTG Pactual (SA:BPAC11), que tem recomendação de neutra para o ativo, espera que o lucro trimestral seja de R$ 4,288 bilhões, abaixo do consenso de R$ 4,597 bilhões e praticamente em linha com os R$ 4,247 bilhões de um ano atrás.