SÃO PAULO (Reuters) - O Banco do Brasil e a Cielo S.A. anunciaram nesta quarta-feira um acordo para a criação de uma joint venture, avaliada em 11,6 bilhões de reais, para gerir os negócios com cartões de crédito e de débito das duas instituições.
O capital social da nova sociedade será dividido em 30 por cento para o BB Elo Cartões, subsidiária integral do Banco do Brasil, e 70 por cento para a Cielo. Como o BB tem uma participação indireta na Cielo, por meio do BB Banco de Investimento S.A., ficará com uma participação no capital da nova empresa de 50,05 por cento, disse o banco estatal em comunicado ao mercado.
"O impacto financeiro estimado da operação no lucro líquido do Banco do Brasil será da ordem de 3,2 bilhões de reais", informou o banco estatal.
A Cielo disse em comunicado ao mercado que aportará 8,1 bilhões de reais na operação e o financiamento será feito por meio da emissão de debêntures. E que pretende propor alteração do seu estatuto social para reduzir o dividendo mínimo de 50 para 30 por cento dos lucros auferidos em cada exercício.
"Tal proposta de redução do dividendo mínimo obrigatório está relacionada ao endividamento que será assumido pela Cielo em função da operação", disse a empresa de cartões no comunicado.
Já o Banco do Brasil aportará ativos relacionados ao Arranjo Ourocard, constituído pelas transações de compras de todos os cartões de crédito e débito emitidos pelo banco nas bandeiras Visa, Mastercard, American Express, Elo, entre outros, disse a Cielo.
Ficam excluídos os cartões relacionados aos negócios pré-pagos, soluções de meios de pagamento fornecidas a entes governamentais e cartões private label emitidos no âmbito de parcerias atuais firmadas com varejistas.
"A nova companhia será responsável por atividades de suporte à gestão de cartões... sendo remunerada por tais atividades por meio da taxa de intercâmbio sobre as transações de crédito e débito realizadas com cartões emitidos pelo Banco do Brasil dentro do Arranjo Ourocard", disse a Cielo.
As atividades de marketing, análise e concessão de crédito continuarão sob responsabilidade do BB, disse a Cielo.
A conclusão do negócio ainda depende de autorizações do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
(Por Raquel Stenzel)