SÃO PAULO (Reuters) - Os recursos a serem levantados com a extensa lista de ativos a serem vendidos pelo Banco do Brasil (SA:BBAS3) não deverão contribuir para o esforço fiscal de seu controlador, o governo federal, disse o vice-presidente de finanças e de relações com investidores da instituição, Carlos Hamilton Araújo.
"Não há esse pensamento dentro do governo", disse Hamilton à Reuters quando questionado sobre se o banco pretende repassar aos acionistas na forma de dividendo extraordinário o dinheiro que levantar com a alienação total ou parcial de investimentos.
Dentro do orientação do governo do presidente Jair Bolsonaro de tentar atrair investimentos via privatizações e licitações, as principais estatais do país vêm sinalizando a venda de subsidiárias e de participações em negócios considerados não prioritários.
No caso do BB, essa agenda abrange a Neonergia, BB Americas (unidade na Florida), o argentino Banco Patagonia, a resseguradora IRB (SA:IRBR3), o Banco Votorantim [VOTORT.UL.], além de fatias na BB DTVM e no braço de banco de investimentos.
Na véspera, o presidente-executivo do BB, Rubem Novaes, disse a jornalistas que o banco contratou assessoria para venda de vários desses ativos.
Segundo Hamilton, a tendência é que os recursos a serem captados com essa campanha fiquem no banco para ajudar a dar suporte a um novo ciclo expansão do crédito no país, que deve acontecer após a aprovação das reformas, criando um ambiente para retomada mais firme do crescimento da economia.
A carteira de empréstimos do BB, que já chegou a superar os 800 bilhões de reais no final de 2015, fechou março passado em 684 bilhões de reais, alta de apenas 0,8 por cento em 12 meses.
(Por Aluísio Alves)